De uma conversa na mesa de bar, nasceu uma das principais empresas no ramo de segurança eletrônica do Vale do Taquari. A Protepac, sediada em Teutônia e com clientes em três estados do país, se estabeleceu no mercado após enfrentar dificuldades no início de sua trajetória.
A história da empresa foi apresentada por Alexandre Luis Gerhardt, um dos sócios da Protepac, durante a oitava edição de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Em uma conversa de uma hora com o apresentador Rogério Wink, Gerhardt também relembrou sua própria ascensão profissional.
Filho de Roque José Gerhardt, ex-diretor comercial das Lojas Certel, Alexandre Gerhardt cresceu em Teutônia devido à vida profissional do pai. A família se mudou para a cidade quanto ainda fazia parte do município de Estrela, em 1979. “Meus pais moraram em Estrela. Eu nasci em Porto Alegre, mas logo voltamos para lá. E, se hoje existem as lojas Certel, muito se deve ao meu pai”, comenta.
Gerhardt lembra que o pai sofreu um acidente e ficou durante dois anos em uma cadeira de rodas. Neste período, a família vendeu o percentual que tinha da antiga Motolândia. “Quando ele voltou a trabalhar, precisavam de alguém na parte de contabilidade na cooperativa, que estava numa situação difícil. Ele ganhou a vaga, se dedicou integralmente e, aí, começaram a ampliar as lojas.
Formação
Enquanto colegas de escola estudaram em universidades como a Univates ou a Unisinos após concluir o segundo grau, Gerhardt, por questões profissionais, fez o curso técnico em Curtimento, no Senai. E não se arrepende.
“Atuei alguns anos em curtumes de Teutônia, depois em Novo Hamburgo e Portão. E, enquanto eles estavam nas salas de aula, eu estava numa cadeira de avião. Cheguei a fazer de 70 a 75 voos internacionais. Minha formação foi no mundo. Fiz faculdade, pós e mestrado”, cita.
Na Itália, deveria passar duas semanas para dar assistência técnica a uma empresa calçadista na parte de produtos químicos. Mas ficou quase meio ano. “Foi lá que aprendi a me comunicar.
Ficava sempre sozinho aos finais de semana, com pessoas que não conhecia. Essa é uma característica que tenho hoje. De dar bom dia, boa tarde, de puxar papo sempre quando entro num lugar. Nasceu ali”.
Alexandre Luis Gerhardt, sócio da Protepac
“Para cada situação, há um procedimento”
Rogério Wink – Como foi a ideia de fundar a Protepac?
Alexandre Luis Gerhardt – São coisas que surgiram numa mesa de bar. Além de atuar no meu segmento dos produtos químicos, sonhava em ter um plano B. Já tinha tentado outras alternativas, mas não tinha dado certo. Aí, conversando com o meu amigo Claudiomiro Knebel (o outro sócio), uma outra pessoa de Teutônia demonstrou interesse em empreender neste segmento. Pensamos: por que não fazer uma empresa? Teutônia era atendida por duas empresas de Lajeado na parte de monitoramento de alarmes, havia uma deficiência grande.
Como foi a estruturação inicial do negócio?
Gerhardt – Planejamos por oito meses o que faríamos. Cada um botou um certo valor e começamos. Dentro de um país onde não existe segurança jurídica, precisa ser meio maluco para empreender. Quem for só pela razão, não começa. A certeza que tínhamos é de que não poderíamos abrir atuando da mesma forma que o mercado oferecia. No início, tínhamos dez funcionários e, em seis meses, estávamos bem endividados. As economias das pessoas salvaram o negócio.
Quando foi que este setor cresceu aqui no país?
Gerhardt – Todo mercado de segurança eletrônica está baseado em plataformas estrangeiras. Mas temos empresas nacionais que foram buscar o que tem de melhor lá fora. Temos alguns polos aqui no país, como São José (SC). Lá surgiram várias empresas voltadas a isso. Enquanto nós íamos passar o verão no litoral catarinense, eles se antenaram e se prepararam para o futuro.
Como é o processo de contratação da empresa?
Gerhardt – Temos várias etapas, pois tenho que saber quem está conosco. Para isso, temos um bate-papo de uma hora e meia com o contratado. Todos nossos funcionários tem perfil família e são ficha limpíssima. São 25 colaboradores, todos CLT, tudo como manda o figurino. Temos uma equipe fantástica. E aqui, a regra número 1 é não mentir. Falamos desde o início isso a eles. E, para cada situação, há um procedimento. Tem que fazer conforme ele está escrito, e não conforme o funcionário acha ou pensa que pode fazer.
Quantas câmeras vocês têm instaladas na região?
Gerhardt – Já perdi as contas. Mas hoje monitoramos mais de 6 mil câmeras. Atendemos 55 municípios em três estados: Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Obviamente o Vale é a nossa grande âncora, mas prestamos serviços para empresas de todo o RS. Não há dificuldade geográfica para nós atendermos alguém.