O processo de pavimentação da estrada geral de Forquetinha gera divergência na comunidade da Vila Prass. Um trecho com cerca de 600 metros não recebeu intervenções e alguns moradores alegam motivação partidária para que a obra não tenha atendido esse local. A área asfaltada de dois quilômetros foi entregue em dezembro do ano passado.
A administração retomou a pavimentação em outro ponto há cerca de um mês, a partir da propriedade de Rudimar Rieth. Morador da localidade há 40 anos, ele se diz vítima de perseguição política há pelo menos 16 anos, e aponta o secretário de Obras, Viação e Interior, Henrique Frederico Krüger, como o principal responsável.
Duplicação avança e trecho é preparado para pavimentação
Rieth aponta uma “rixa antiga” como principal motivação para esta restrição no asfaltamento e também no momento de obter serviços junto ao município. Nem a intervenção de vereadores ajudou nas demandas do produtor. “Eu não consigo nada da prefeitura. Se eu preciso de uma máquina ou algo assim, tenho que fazer particular”, argumenta.
Ele defende que, se existe mesmo essa rivalidade, ela fique restrita apenas à sua propriedade, sem prejudicar os demais moradores. E as acusações não param por aí. “Deixaram esses 600 metros fora e continuaram justamente onde mora a família do secretário”, afirma Rieth.
Uma manifestação foi organizada por moradores há duas semanas, para cobrar do município uma solução. E a intenção dos moradores é fazer uma denúncia na promotoria do Ministério Público (MP), mas ainda não obtiveram sucesso na tentativa de uma audiência.
“Nem Deus agradou a todos”
Contatado pela reportagem, o secretário Krüger rechaça a teoria de um conflito político, quando pontua que “não tem como saber em quem os moradores votaram”, e diz que a escolha pelo local da retomada da obra foi meramente técnica. “Tivemos a avaliação da engenharia para determinar o local”, afirma.
Sobre um benefício a seus familiares, ele argumenta que existem outras famílias beneficiadas com a pavimentação e destaca a abrangência de outros pontos com maior movimento na região. “Temos o CTG, o campo do Nacional e a sede campestre da Costaneira, que demandam uma maior estrutura.”
Por fim, Krüger pede paciência para os moradores do trecho e garante que estes serão contemplados na sequência dos trabalhos. Além disso, ressalta que com mais diálogo a situação seria melhor compreendida. “Poderiam ter nos procurado para conversar, mas nem Deus agradou a todos”, finaliza.
Promessa de asfalto até 2023
Em entrevista à Rádio A Hora 102.9, o secretário de Administração, Roberto Müller, seguiu a mesma linha e acrescentou o fato de ser um ponto alagável, que necessitava de uma maior atenção. “Ali enche e represa o Forquetinha, e aquela área ali sempre inunda. Nós aumentamos o nível e fizemos galerias para resolver isso”, explica.
A questão orçamentária foi destacada por Müller. “Nós dispendemos R$ 1,4 milhão, isso representa 14% da nossa receita. É um valor muito grande. Em todos os anos, desde 2017, nós fizemos asfalto, um quilômetro, um quilômetro e meio, sempre por etapas.” E promete: “A etapa desses 600 metros será feito até 2023, eles podem ficar tranquilos”, completa.