O prefeito de Lajeado Marcelo Caumo manifestou a intenção de flexibilizar o uso da máscara ao ar livre. Ele afirmou que o município não possui autonomia para decidir, pois se trata de uma norma estadual. Assim, o objetivo é buscar que o governo altere as regras vigentes e dispense a utilização nos locais abertos. Ou então, permita às prefeituras discorrer sobre o tema.
De acordo com o chefe do Executivo, o próprio avanço da vacinação, a ocupação reduzida nos leitos hospitalares e a estabilidade dos casos de Covid-19 justificam a medida. Caumo relembrou o pioneirismo local quanto à obrigatoriedade da máscara, cuja determinação vigora desde abril de 2020.
“Temos 80% do público a partir dos 18 anos com a segunda dose. Entendemos que as alterações devam ocorrer de forma gradual e é oportuno iniciar pelos locais abertos. Quanto menos interferência do poder público na vida da população, melhor”, conclui. A reportagem repercutiu a iniciativa com a comunidade (confira ao lado).
Nesta linha, o secretário de Saúde de Estrela, Celso Kaplan, informou que o tema também será discutido nos próximos dias, em especial a partir de segunda-feira, 8. Por enquanto, o foco é a Multifeira e a própria vacinação. O município se aproxima de 97,5% da população imunizada com a primeira dose e 82% referentes ao esquema vacinal completo.
Repercussão
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado, Aquiles Mallmann, declarou ser favorável à iniciativa, mas com atenção ainda aos locais fechados ou com circulação limitada de ar até que se chegue a um determinado número de vacinados. “Está na hora de começar uma flexibilização e esse é o primeiro passo. As pessoas já transitam sem a máscara e só a colocam quando entram nos estabelecimentos”, observa Mallmann.
Na visão do presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Cristian Rota Bergesch, quem trabalha e fornece emprego depende de uma economia “100% funcional”. Por isso, é importante que a sociedade se comprometa a seguir os caminhos apontados por cientistas e autoridades.
Cautela
Para o infectologista Guilherme de Campos Domingues, não há problema com a flexibilização em si, prática de esportes individuais, porque diversos estudos apontam para o baixo risco de se contrair o vírus pelo ar. “É algo interessante, pois o uso da máscara é desgastante para alguns. Mas não pode ter aglomeração, rodas de chimarrão. É preciso ter cuidado e não levantar a bandeira de que a covid acabou”, finaliza.
Sobre o tema, o médico Fabiano Ramos ressalta que a grande questão não reside no fato do local ser aberto ou fechado, pois em alguns é impossível manter a máscara, como restaurantes. Segundo ele, a simples liberação tende a não ser eficiente. Portanto, seria necessário pensar em alguma medida complementar, até para evitar problema com a pandemia no futuro.
Outros Estados
No Rio de Janeiro e no Distrito Federal, a utilização da proteção não é mais exigida ao ar livre. Santa Catarina e São Paulo projetam seguir por esses mesmos caminhos entre novembro e dezembro. Em território gaúcho, o assunto ainda não é publicamente abordado pelo Piratini.