Quando você iniciou na construção civil?
Cheguei em Lajeado no ano de 2000. Atuei em algumas empresas da cidade e depois iniciei na Diamond, como servente. Na época era bem mais difícil de se conseguir emprego na área. Fiquei em torno de 7 meses, passei a pegar a manha dos tijolos, do reboco, e evoluí. Passei a atuar como pedreiro e fui adquirindo mais experiência. Há dez anos estou como mestre de obras.
Como é a tua rotina dentro da obra?
Sou o primeiro a chegar, por volta das 6h. Aos poucos, começa a chegar o pessoal e o início dos trabalhos é as 7h. Tenho na cabeça todos os lugares para onde vou destinar os trabalhadores, mas podem ocorrer algumas mudanças. Sou o responsável por fazer a obra andar, ver onde é necessário o serviço ficar pronto antes. Estamos hoje com 28 funcionários aqui. No auge, chegamos a ter próximo de 50 pessoas atuando, com a turma do reboco.
Em quantas obras de prédios já trabalhou até hoje?
Não sei o número exato, mas foram em torno de 10. A primeira foi de um prédio construído próximo ao Parque dos Dick. A cada dois anos, entregamos um novo.
E qual a maior obra em que atuou?
Em área construída, é este de hoje, no Centro de Lajeado. São 12 mil metros quadrados e 20 andares, um dos maiores prédios da cidade.
O que mudou na construção civil desde que você ingressou na área?
Muito da parte braçal mudou. Quando comecei a trabalhar em obras, descarregar carreta de cimentos ou de tijolo eram tudo no braço. Hoje em dia é paletizado, tudo com munck. A questão da pintura também evoluiu. É tudo com máquinas, praticamente. bastante Nessa parte, mudou 100%. Claro que outras coisas não mudam. Mas ocorreram muitas transformações nesse período.
E as maiores dificuldades que o setor enfrenta hoje, quais são?
Com a pandemia, há dois fatores cruciais atualmente: um deles é a dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. Este é o principal. Precisamos de bons profissionais e nem sempre encontramos. Aí se tu tem apenas um pedreiro, a exigência fica ainda maior. E há o atraso na entrega de matérias-primas fundamentais. Alguns materiais levam até 90 dias para chegar.
Qual o sentimento em trabalhar num setor que tanto contribui à economia local?
É muito gratificante. Hoje não me vejo atuando em outra área. Minha intenção é seguir na construção civil. É legal entregar uma obra, ver o cliente chegar, receber as chaves e depois receber o elogio, de que está tudo certo, que o serviço foi bom. E fico contente em ver empregos gerados e trabalhadores colocando comida na mesa de muitas famílias. Também tenho atuação no sindicato da categoria, como diretor, e estamos sempre buscando melhorias para os trabalhadores.