Que país é este?

Opinião

Paulo Cezar Kohlrausch

Paulo Cezar Kohlrausch

Prefeito de Santa Clara do Sul e presidente da Amvat

Que país é este?

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Atualizado quarta-feira,
27 de Outubro de 2021 às 11:32

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Observar os outros, perceber diferentes modelos de comportamentos e atitudes e fazer comparações são atos inerentes ao ser humano. O problema, no entanto, é quando esse hábito ultrapassa os limites e se torna excessivo, podendo nos levar a padrões muitas vezes inatingíveis e frear as nossas próprias aspirações.

Quando nos comparamos a outra pessoa e a julgamos como superior ou inferior em relação a aspectos físicos, financeiros ou intelectuais, acabamos limitando as nossas potencialidades e desejos e, por vezes, até prejudicando a nossa saúde emocional. Afinal, as pessoas são diferentes e nós precisamos ter a sabedoria para entender e respeitar isso.

Muito do que somos provém da nossa cultura, ou seja, do conjunto de crenças, valores, conhecimentos, costumes, hábitos e capacidades adquiridos ao longo do tempo. E isso vale na esfera pública também. Muito se fala que o Brasil não tem jeito, que o país não se desenvolve, que os políticos são todos iguais, que estamos muito atrasados em relação aos outros países. Porém, precisamos fazer uma análise mais aprofundada, assertiva e, principalmente, comparada a nós mesmos enquanto nação.

Sabemos da força da China e o trabalho que ela faz para se tornar a principal potência mundial. Da organização e disciplina de países como Japão e Suíça. Da qualidade do sistema educacional na Finlândia e Dinamarca. Do destaque da Cingapura no setor da saúde e da tradicional imponência dos Estados Unidos. Mas antes de fazermos essa comparação do Brasil com outros países, é importante entendermos que há uma diferença lógica entre eles: a cultura das pessoas.

É um equívoco querermos comparar o Brasil com outros países se considerarmos que cada um é composto por pessoas e culturas diferentes e que são esses os fatores que, de fato, refletem diretamente nos resultados de uma nação. Considero que o mais importante não é sermos melhores do que alguém, mas sim a nossa melhor versão.

Embora acredite que ainda estejamos aquém do que poderíamos ser enquanto país, percebo que estamos avançando em comparação a nós mesmos, inclusive superando outras nações em diversos aspectos. Basta olharmos para trás para visualizar essa evolução. Quantos de vocês, leitores, devem se recordar da época em que precisavam caminhar longos trajetos para se deslocar à escola? Hoje, o ônibus escolar passa na frente da casa dos alunos

Outra evidência clara é na área da saúde. Antigamente, quando um agricultor ficava doente e necessitava de um tratamento mais especializado, ele praticamente era obrigado a vender sua propriedade rural para custear as despesas. Hoje, temos um sistema de saúde sólido, em que a maior parte dos tratamentos e atendimentos é feita de maneira gratuita.

A mesma situação é evidenciada em termos de infraestrutura viária. Recordo da dificuldade que era o deslocamento de Lajeado a Porto Alegre, quando ainda inexistia a duplicação na BR-386. Hoje, temos esse trecho todo duplicado e estamos prestes a assinar um modelo de concessões que permitirá melhorias significativas ao Vale do Taquari.

Esses são alguns dos vários exemplos dos avanços que tivemos se considerarmos apenas a nossa região. E isso pode ser percebido, também, em âmbito federal. O Brasil tem defeitos, virtudes, desafios e oportunidades como outros países. É importante que tenhamos esse entendimento para sermos mais tolerantes e gratos com o que já conquistamos. Sejamos as nossas melhores versões!

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