O formato híbrido da 44ª Expointer reserva espaço para 214 empreendimentos da agricultura familiar, destes, 21 são da região. Embora seja uma feira atípica, com várias restrições sanitárias e limite de público, marca a retomada de grandes eventos e coloca em evidência o potencial do agronegócio.
A quantidade de estandes é quatro vezes maior em relação ao ano passado, quando apenas 52 agroindústrias venderam no drive-thru da Expointer Digital. Mesmo assim, os resultados foram satisfatórios e geram expectativa ainda maior para os expositores.
Esta será a quarta participação de Ivoni e Flávio Franz, de Santa Clara do Sul. A agroindústria Franz Alimentos atua na produção de salgadinhos a partir de batata-doce e aipim. Serão cerca de dez variedades em exposição, dentre as novidades, o salgadinho de batata-doce roxa.
“Renovamos a identidade visual dos pacotes e propomos um sabor diferente, para atrair mais público”, conta Flávio, idealizador do empreendimento. O casal intensificou a produção nos últimos três meses para dar conta dos pedidos e ter estoque para a feira que ocorre de 4 a 12 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
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Embutidos São Bento, de Lajeado, participa pela segunda vez da feira e estima vender mais de mil quilos de linguiça (Foto: Divulgação)
Para eles, além de proporcionar o ganho financeiro, a feira torna o produto conhecido e incentiva a melhorar os processos. “Na Expointer 2018, as vendas corresponderam a dois meses de faturamento normal da agroindústria”, recorda Ivoni. A expectativa para este ano é vender cerca de 4 mil pacotes de salgadinhos. Cada um ao valor de R$ 5.
A agroindústria Franz foi constituída em 2014, a partir do desejo do casal em complementar a aposentadoria. O aipim e a batata-doce, matéria-prima dos salgadinhos, são cultivados na propriedade da família.
“É um constante trabalho de testes para verificar a melhor variedade”, explica o produtor. Além da Expointer, o casal faz a venda em outras feiras pelo estado e em pontos estratégicos da região. “Nossas vendas durante a pandemia aumentaram consideravelmente”, afirma Franz. Para eles, a feira deve incentivar a retomada de outros eventos.
Qualidade e sabor
A Embutidos São Bento, de Lajeado, participa pela segunda vez da Expointer. Em 2019, venderam cerca de 600 quilos de linguiça. Aquele foi um momento especial, pois marcou a conquista do selo Susaf e a possibilidade de vender para outros municípios.
Para esta edição da feira, projetam vender cerca de mil quilos de linguiça mista e pura (carne suína). Essa quantidade corresponde praticamente ao que é processado em um mês. “Queremos mostrar para o público a qualidade e o sabor único dos nossos produtos”, conta Janete Pflugseder. Ela, com a ajuda do marido Milton e do filho Ala Henrique, são responsáveis pelo empreendimento.
Prospectar novos mercados
Conforme o assistente técnico da Emater/RS-Ascar, Alano Tonin, a participação das agroindústrias na feira possui dois aspectos fundamentais. Um deles é a possibilidade de tornar os produtos mais conhecidos e conquistar novos clientes.
“É o momento onde o produtor tem maior visibilidade e pode fazer seu marketing”, observa Tonin. Ainda conforme o técnico, mesmo que o público diário seja restrito a 15 mil visitantes, é uma grande circulação de público.
Outro ponto importante para a presença dos empreendimentos da agricultura familiar, segundo o técnico da Emater, é a possibilidade de obter renda em tempos de pandemia, onde de modo geral, houve uma redução do poder de compra das famílias.
“Para aquelas agroindústrias de produtos de origem animal, e registradas nos serviços de inspeção municipal, sem adesão ao Sisbi-POA ou Susaf, é a única alternativa para comercializar além do território local”, comenta Tonin.
Essa condição ocorre temporariamente em função do Decreto de Calamidade, publicado pelo governo do estado e possibilita que todas as agroindústrias possam vender para fora do seu município.
Orgulho para a região
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Lajeado (STR), Lauro Baum, a Expointer sempre será uma enorme vitrine da produção agrícola do RS para o Brasil e o mundo. Segundo ele, apesar do público reduzido, o potencial de divulgação não é prejudicado.
“Você é percebido e visto por muitas pessoas, que vão justamente para conferir as novidades do setor”, pontua Baum. Conforme o líder sindical, o fato de participar da feira já é uma grande conquista e mostra o potencial da região.