Expointer abre oportunidades para 21 agroindústrias da região

Agricultura Familiar

Expointer abre oportunidades para 21 agroindústrias da região

Feira serve de vitrine para empreendimentos e produtos locais. Número de inscritos dobrou em comparação ao ano passado

Expointer abre oportunidades para 21 agroindústrias da região
Agroindústria Franz Alimentos, de Santa Clara do Sul, lança novo salgadinho de batata-doce roxa durante a Expointer (Foto: Felipe Neitzke)
Vale do Taquari

O formato híbrido da 44ª Expointer reserva espaço para 214 empreendimentos da agricultura familiar, destes, 21 são da região. Embora seja uma feira atípica, com várias restrições sanitárias e limite de público, marca a retomada de grandes eventos e coloca em evidência o potencial do agronegócio.

A quantidade de estandes é quatro vezes maior em relação ao ano passado, quando apenas 52 agroindústrias venderam no drive-thru da Expointer Digital. Mesmo assim, os resultados foram satisfatórios e geram expectativa ainda maior para os expositores.

Esta será a quarta participação de Ivoni e Flávio Franz, de Santa Clara do Sul. A agroindústria Franz Alimentos atua na produção de salgadinhos a partir de batata-doce e aipim. Serão cerca de dez variedades em exposição, dentre as novidades, o salgadinho de batata-doce roxa.

“Renovamos a identidade visual dos pacotes e propomos um sabor diferente, para atrair mais público”, conta Flávio, idealizador do empreendimento. O casal intensificou a produção nos últimos três meses para dar conta dos pedidos e ter estoque para a feira que ocorre de 4 a 12 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Embutidos São Bento, de Lajeado, participa pela segunda vez da feira e estima vender mais de mil quilos de linguiça (Foto: Divulgação)

Para eles, além de proporcionar o ganho financeiro, a feira torna o produto conhecido e incentiva a melhorar os processos. “Na Expointer 2018, as vendas corresponderam a dois meses de faturamento normal da agroindústria”, recorda Ivoni. A expectativa para este ano é vender cerca de 4 mil pacotes de salgadinhos. Cada um ao valor de R$ 5.

A agroindústria Franz foi constituída em 2014, a partir do desejo do casal em complementar a aposentadoria. O aipim e a batata-doce, matéria-prima dos salgadinhos, são cultivados na propriedade da família.

“É um constante trabalho de testes para verificar a melhor variedade”, explica o produtor. Além da Expointer, o casal faz a venda em outras feiras pelo estado e em pontos estratégicos da região. “Nossas vendas durante a pandemia aumentaram consideravelmente”, afirma Franz. Para eles, a feira deve incentivar a retomada de outros eventos.

Qualidade e sabor

A Embutidos São Bento, de Lajeado, participa pela segunda vez da Expointer. Em 2019, venderam cerca de 600 quilos de linguiça. Aquele foi um momento especial, pois marcou a conquista do selo Susaf e a possibilidade de vender para outros municípios.

Para esta edição da feira, projetam vender cerca de mil quilos de linguiça mista e pura (carne suína). Essa quantidade corresponde praticamente ao que é processado em um mês. “Queremos mostrar para o público a qualidade e o sabor único dos nossos produtos”, conta Janete Pflugseder. Ela, com a ajuda do marido Milton e do filho Ala Henrique, são responsáveis pelo empreendimento.

Prospectar novos mercados

Conforme o assistente técnico da Emater/RS-Ascar, Alano Tonin, a participação das agroindústrias na feira possui dois aspectos fundamentais. Um deles é a possibilidade de tornar os produtos mais conhecidos e conquistar novos clientes.

“É o momento onde o produtor tem maior visibilidade e pode fazer seu marketing”, observa Tonin. Ainda conforme o técnico, mesmo que o público diário seja restrito a 15 mil visitantes, é uma grande circulação de público.

Outro ponto importante para a presença dos empreendimentos da agricultura familiar, segundo o técnico da Emater, é a possibilidade de obter renda em tempos de pandemia, onde de modo geral, houve uma redução do poder de compra das famílias.
“Para aquelas agroindústrias de produtos de origem animal, e registradas nos serviços de inspeção municipal, sem adesão ao Sisbi-POA ou Susaf, é a única alternativa para comercializar além do território local”, comenta Tonin.

Essa condição ocorre temporariamente em função do Decreto de Calamidade, publicado pelo governo do estado e possibilita que todas as agroindústrias possam vender para fora do seu município.

Orgulho para a região

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Lajeado (STR), Lauro Baum, a Expointer sempre será uma enorme vitrine da produção agrícola do RS para o Brasil e o mundo. Segundo ele, apesar do público reduzido, o potencial de divulgação não é prejudicado.

“Você é percebido e visto por muitas pessoas, que vão justamente para conferir as novidades do setor”, pontua Baum. Conforme o líder sindical, o fato de participar da feira já é uma grande conquista e mostra o potencial da região.

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