Casa de vô e vó

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Casa de vô e vó

Vale do Taquari

As cantigas infantis falam de todas as coisas que vivemos na infância. Elas lembram as noites quentes de verão sentadas na varanda da casa dos meus avós. Era lá que a criançada se reunia e onde a família enchia a mesa para o almoço de domingo.

Na casa de vô e vó não há tristeza nem dias ruins. Ela é colorida, e se transforma em uma terra mágica com jogos de tabuleiro, pipoca e as bolachas preferidas dos netos. Mesmo que eles não gostem de amendoim, se for o doce preferido das crianças, os avós vão servir na hora do lanche e comer com gosto, só para ver os pequenos fazerem o mesmo.

O vô e a vó não precisam educar com seriedade ou pedir pro neto estudar, eles ensinam com histórias, cuidado e atenção. Afinal, já foram pais um dia, e viram alguém fazer o mesmo pelos seus filhos.

Eles são anjos da guarda. Muitos aqui na terra, outros lá no céu. São amigos daqueles que a gente quer ver sempre bem. E, quando a gente não aparece pra visitar, eles tratam de ligar. Sem cobranças, apenas para dizer que estão pensando em nós.

Os avós são nosso pais, mais experientes e doces como mel. Ou açúcar, vai depender da cobertura preferida dos netos. Eles gostam de preparar uma grande mesa para nos esperar para o chá e perguntam do trabalho, da faculdade, da vida.

Eles gostam de passar horas na nossa companhia, mas se tivermos 15 minutos para bater na casa deles e conversar da varanda, eles já ficam felizes.

Vô e vó não ligam se estivermos com dúvidas sobre o futuro, inseguros com a vida. Eles vão abrir aquele velho armário de jogos e escolher um deles para nos fazer lembrar da nossa infância.

Mesmo que às vezes a gente acha que não tem tempo, o tempo para eles, corre em outra intensidade. Eles viram nossos pais, ainda crianças, crescerem e saírem de casa. Depois, passam tudo isso de novo com os netos. Mas não importa a distância, o vô e a vó vão sempre esperar uma visita.

Eles não querem muito, mas querem muito do que nós podemos oferecer. Não importa o quanto crescemos, seremos sempre crianças no coração dos nossos avós. Talvez a gente esqueça de agradecer de vez em quando. Mas eles sabem como somos gratos pela vida deles.

Por isso, o Dia dos Avós, 26 de julho, não é mais uma data comercial. É um dia para agradecer e lembrar que na casa de vô e vó, a porta da frente fica sempre aberta para quando um neto quiser voltar.

Boa leitura!

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