Estudo aponta aumento de custos para comunidade

CONCESSÃO DAS RODOVIAS

Estudo aponta aumento de custos para comunidade

Comitiva de Encantado apresenta detalhes sobre impactos do pedágio para moradores de Palmas, Linha Nova e Perolin. Análise de consultoria externa aponta para interferência de retorno no deslocamento entre interior e centro

Estudo aponta aumento de custos para comunidade
A partir do retorno previsto no projeto de obras na ERS-130, pelo menos três comunidades teriam mais quilometragem nos deslocamentos dentro do município (Foto: Filipe Faleiro)
Encantado

Autoridades públicas, representantes empresariais e da comunidade de Encantado participam nesta quinta-feira, 22, de reunião com o corpo técnico e com o secretário Estadual de Parcerias Estratégicas. O encontro em Porto Alegre é mais uma etapa das discussões regionais quanto ao plano de concessão das rodovias estaduais.

A Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-E) contratou uma consultoria externa para analisar cada obra prevista pelo projeto de concessão do Estado. Dois profissionais da engenharia de trânsito e de rodovias detalharam os impactos desses projetos em termos de viabilidade, deslocamentos e percursos à comunidade local.

Na sexta-feira passada, os especialistas apresentaram os resultados da análise à comunidade, empresários e agentes públicos. A partir disso, se despertou uma preocupação quanto ao formato dos acessos e rótulas.

De acordo com a presidente da associação, Cristina Castoldi, chama atenção o aumento da quilometragem percorrida entre as comunidades vizinhas à praça, como Palmas, Linha Nova e Perolin.

“Para ir ao centro, algumas terão de fazer o retorno em direção a Arroio do Meio e pagar o pedágio. Além do custo da tarifa, o aumento na quilometragem”, adverte. Essas condições, diz Cristina, faz com que moradores de Perolin, por exemplo, tenham um aumento de deslocamento entre a localidade e o centro em mais de seis quilômetros.

O presidente do Conselho de Desenvolvimento da região (Codevat), Luciano Moresco, os dados apresentados em Encantado servem de alerta para todo o Vale. “Sabemos que há municípios sem esse olhar detalhado, que não tem um corpo técnico para fazer um estudo de impacto. Se em Encantado haverá essas dificuldades, precisamos perguntar e em Arroio do Meio? E em Cruzeiro do Sul, onde o município inclusive tem um distrito industrial sem acesso.”

A concessão das estradas gaúchas integra o Avançar RS. São mais de 1,1 mil quilômetros, com expectativa de aplicar R$ 10,4 bilhões em 30 anos. As rodovias do Vale (ERSs 128, 129, 130 e 453) aparecem no lote 2 junto com estradas de Passo Fundo, Carazinho até Santa Cruz. Nestes trechos, a previsão é investir R$ 3,9 bilhões.

“Vamos buscar uma alternativa”

Conforme o secretário de Parcerias, Leonardo Busatto, as preocupações de Encantado são válidas e precisam ser consideradas. “Vamos buscar uma alternativa. Podemos pensar em uma parceria com o Estado para criar uma rótula interna nas vias do município, para evitar que os moradores tenham de ingressar na rodovia.”

Desde a apresentação do plano de concessões, feito pelo BNDES e pelo Piratini, líderes regionais apontam pelo menos quatro pontos que vão contra a expectativa local. Em primeiro, o leilão com dois critérios: preço do pedágio e maior outorga. Significa que a vencedora terá de pagar um valor ao governo estadual para assumir a estrada.

Outro ponto de discórdia é quanto ao local das praças. Para o Estado, a cobrança seguiria nos municípios atuais, em Palmas (Encantado) e em Boa Esperança (Cruzeiro do Sul).

Junto com isso, também há um pedido de previsão para implementar o formato de cobrança por quilômetro rodado (free flow). Por último, a duplicação da ERS-130, entre Encantado e Lajeado. Pelo esboço do Estado, esse investimento ocorreria após sexto ano de concessão. Para o Vale, se trata de uma obra urgente e que precisa ser feita antes deste prazo.

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