Mesmo previsto para votação na sessão de ontem, o projeto que permite ao município incorporar a área do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) foi adiada pelos vereadores. A matéria, considerada fundamental pelo governo para destravar a obra do viaduto da ERS-130, no trevo da BRF, causa divergências entre os parlamentares.
Emenda de Mozart Lopes (PP) e Márcio Dal Cin (PSDB) amplia o debate sobre o projeto. O documento retira a possibilidade de venda do imóvel. O projeto encaminhado pelo governo não estabelece prazos e abre brechas para negociação logo após a incorporação, o que os vereadores discordam.
“Não sabemos ainda qual será o custo da obra na rodovia e se o valor da área do Daer mais o que o Estado deve ao município será suficiente”, justifica Dal Cin. Na avaliação dele, o governo de Lajeado pode aproveitar de forma melhor o imóvel, situado em espaço nobre no Centro da cidade, na avenida Benjamin Constant.
“Incorpora, mas não vende”
Para Lopes, é necessário propor as medidas em partes. “O governo incorpora a área, mas não vende. Aí, paga as cirurgias atrasadas com o que o Estado nos deve, faz o viaduto e as marginais à ERS-130, constrói um novo espaço para o Daer no bairro Campestre e, somente depois propõe a negociação do terreno, em um novo projeto”, salienta.
Nos corredores da câmara, a insatisfação com o projeto da forma como foi apresentado pelo governo municipal é grande. Líder de governo na casa, Lopes admite que havia chance da matéria ser rejeitada pelos vereadores.
Obras em escolas estaduais
Um requerimento proposto por Marquinhos Schefer (MDB) pede que o governo avalie apresentar um projeto que visa auxiliar de forma financeira as escolas estaduais que necessitam de consertos para atender seus alunos. Cita como exemplo a situação da Escola Fernandes Vieira, que está com o piso precário em algumas salas de aula.
“Peço que o governo faça um esforço para que as coisas aconteçam. Sei que esses custos são de responsabilidade do Estado, mas as crianças são moradores de Lajeado e devemos zelar pela segurança delas”, justifica.