Como forma de lembrar a tradicional Festa da Bergamota, moradores da Bela Vista do Fão, em Marques de Souza, visitam cidades e divulgam as delícias preparadas com a fruta símbolo da comunidade.
A gastronomia colonial tem bolos, cucas, pães, geléias de bergamota. A tradição da festa tem mais de 40 anos. Frente a pandemia, o evento comunitário precisou ser cancelado. Ainda assim, os organizadores se esforçam para manter a tradição. Uma das visitas foi ao Grupo A Hora, na manhã de ontem. De acordo com a comitiva, a finalidade é de lembrar a comunidade sobre uma das principais festas do interior do Vale.
Moradora da localidade, Angela Rabaiolli relembra que a cada ano, no segundo fim de semana de junho, a comunidade se preparava para receber entre 1,5 mil e 2 mil pessoas.
Nas edições anteriores, diz Angela, entre as atrações estavam os concursos dos produtos derivados da bergamota, como sagu, cuca, rocambole, bolo e pudim, que também eram vendidos no evento. Além disso, o momento era celebrado com música e dança.
“Toda a comunidade se envolvia nessa festa, inclusive ex-moradores. É um dos eventos mais tradicionais do interior do Vale”, destaca.
Das curiosidades, haviam concursos dos diferentes tipos de bergamotas, a escolha do Piá e Boneca da festa e de jogos de futebol.
A festa na história
A primeira Festa da Bergamota foi em 1975, com a iniciativa do Colégio Frei Antônio e da Sociedade Cultura, da qual a moradora Francisca Rabaiolli era presidente.
Com pouco mais de 20 anos na época, ela foi uma das primeiras organizadoras do evento que ocorria no salão paroquial da comunidade.
Com o tempo, a festa ganhou proporção e passou a envolver a comunidade católica e o Esporte Clube Guarani.
Os moradores já se envolviam com a organização semanas antes da festa. As crianças também participavam da colheita das bergamotas pelos porteiros da localidade.
As frutas e derivados eram oferecidos de graça durante o evento. Também havia a venda de itens coloniais. “Fazíamos bolo, cuca, rocambole, pudim, sagu, tudo de bergamota”, conta Francisca.
Ela se reunia na véspera do evento com o grupo de mães para preparar os lanches e conta que cada moradora queria fazer a sua receita. “A gente fazia e caprichava para ficar bonito para os concursos”, lembra Francisca. Ela já recebeu o primeiro lugar com o preparo de sagu, pudim, rocambole e outros produtos coloniais.
“Muita gente se envolvia. Está todo mundo triste por não ter a festa mais um ano. Queremos que a comunidade não se esqueça do nosso evento que virou tradição”, ressalta Francisca. Para o próximo ano, a expectativa é que a festa possa voltar a fazer parte da vida comunitária e receber cada vez mais pessoas para celebrar a tradição.