As aulas presenciais na Escola Carlos Fett Filho estão suspensas desde ontem e retornam apenas no dia 20. A servidora responsável pela higienização foi afastada. A filha da faxineira do colégio apresentou sintomas compatíveis à covid-19. O atestado médico indica o afastamento de dez dias da profissional de limpeza.
As aulas presenciais haviam reiniciado na sexta-feira da semana passada e, agora, retornam ao formato virtual. Foi disponibilizado material para os estudantes levarem para casa e haverá acompanhamento dos professores pela plataforma Google Sala de Aula.
Em nota, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação explica o transtorno. Por recomendação da Saúde, a servidora deve estar em quarentena. Como a escola possui somente uma servente, não temos como manter as atividades presenciais sem o profissional para fazer a higienização da escola”.
A diretora, Eloisa Franz, consultou a possibilidade da equipe diretiva assumir as tarefas da faxineira em licença médica ao comunicar a situação à 3ª CRE. A iniciativa, porém, seria ilegal e configuraria desvio de função.
Pais de alunos também se prontificaram para higienizar o colégio. É o caso de Marcelo Coelho com filho matriculado no 6º ano. “Eu me disponibilizo de ir lá e faço de graça o que está faltando”, afirma.
Ele relata que as aulas remotas estão insustentáveis e não tem condições de ensinar o filho. “Desde o início das aulas remotas, é um estresse total, a gente brigando com ele para fazer os trabalhos, ele cobrando da gente para ajudar ele, porque a gente não entende nada disso”.
Para garantir o distanciamento mínimo, as turmas da Carlos Fett Filhos foram divididas em “A” e “B”. O segundo grupo, que retornaria na próxima semana, terá aulas somente a partir do dia 24 de maio.
Outras escolas sem aulas presenciais no Vale
A direção da escola já havia enviado, no fim do ano passado, a solicitação para mais uma profissional de limpeza e o pedido não foi atendido e a falta de funcionários atinge outras instituições.
A defasagem no quadro funcional, nos setores de limpeza ou alimentação, não permite a retomada das aulas presenciais em outras seis escolas da região.
Em Progresso, as escolas Afonso Mathias Ferrari e José Pretto não tem atividades presenciais por falta de profissionais. Assim como, as escolas Demétrio Berté, em Putinga, Frei Antonio, em Marques de Souza, Itaipava Ramos, em Cruzeiro do Sul e Guararapes, em Arroio do Meio.
De acordo com a titular da 3ª CRE, Cassia Benini, um processo seletivo foi aberto em fevereiro mas ninguém se inscreveu. “Sem servidores, essa contratação tem que ser feita de forma terceirizada”.
O Estado, porém, rompeu o acordo com a terceirizada por falta de pagamento aos funcionários. A contratação de uma nova empresa está em andamento.