“É um custo irrecuperável para a economia”

Recuperação pós pandemia

“É um custo irrecuperável para a economia”

Mesmo que ocorra uma melhora gradual na situação relacionada à pandemia, a retomada será lenta e a situação financeira complicada

“É um custo irrecuperável para a economia”
Vale do Taquari

O economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, participou de entrevista no Programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, na manhã desta terça-feira, 6, para falar sobre os reflexos do auxílio emergencial para a economia gaúcha, além das dificuldades enfrentadas pelo comércio devido à pandemia.

Levando em consideração que o governo federal inicia nesta terça-feira o pagamento de uma nova remessa do auxílio emergencial, Frank pontua que a previsão é que apenas 4% dos R$ 44 bilhões previstos para os trabalhadores brasileiros devem ser destinados ao Rio Grande do Sul. “Mesmo que o valor seja menor, essa ajuda é uma forma de contribuir em curto prazo.”

Frank pontua que situação econômica vivida pelo comércio no Brasil é preocupante. Visto que muitas empresas e estabelecimentos comerciais já fecharam, ainda em 2020, devido a crise. “Nós temos uma situação dicotômica no varejo, enquanto seguimentos ditos essenciais como hiper e supermercados, drogarias, farmácias, embora tenham sido afetados pela crise, apresentaram resiliência maior em relação a outras categorias que sofreram muito”, diz.

O reflexo da pandemia é maior em setores do comércio de roupas, móveis e outros serviços porque, segundo o economista, os consumidores conseguiram realizar cortes naquilo que não afete o bem-estar. “Temos relatos de lojas que estão vendendo 40% do que vendiam normalmente antes da pandemia”, comenta.

A entidade vem buscando diferentes formas de auxílio por parte do governo, mas a situação é bastante preocupante. “Lançamos no nosso site boas práticas e normas que podem ser adotadas em cima de cada empresa, independente de auxílios para preservar o caixa.”

Na opinião do economista da CDL Porto Alegre, o seguimento de hotéis e eventos devem ser os últimos a se recuperarem. “Todas as atividades que dependem de interações humanas e aglomerações serão as últimas a puxar a recuperação econômica”, salienta. Ele cita eventos e viagens que deixaram de acontecer e, que na maioria das vezes, são custos irrecuperáveis para os setores.

Mesmo que ocorra uma melhora gradual na situação relacionada à pandemia, a retomada será lenta e a situação financeira complicada. “Muitos setores vão passar por momentos difíceis ainda”, lamenta. O fato desse abre e fecha do comércio, de acordo com Frank, é um fato que deprime a capacidade de recuperação.

Ouça a entrevista na íntegra

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