Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2020, um em cada quatro brasileiros admite que poderia se proteger do sol, mas não o faz. E o índice aumenta para um a cada três entre os mais jovens, de 18 a 29 anos. Além disso, 6% da população demonstra forte resistência à prevenção, afirmando que não adotaria o hábito.
Segundo o médico oncologista do Centro Regional de Oncologia (CRON), Renato Cramer, o câncer de pele é um dos mais conhecidos, sendo citado por 89% dos entrevistados. A sua causa direta também é identificada pela maioria: 83% dos brasileiros relacionam a exposição ao sol com o câncer. O grande problema é converter esse conhecimento em atitude.
Durante o verão é reforçada a divulgação de medidas preventivas para a população. A prevenção primária é evitar o sol das 10h às 16h e expor-se à radiação solar nos outros horários com proteção. A prevenção secundária envolve acesso frequente a dermatologistas para avaliação e detecção precoce de lesões malignas.
O câncer de pele configura-se como o mais frequente em todas as populações. Ele se apresenta basicamente sob duas formas: o melanoma e o não melanoma. “Entre os cânceres do tipo não melanoma, os carcinomas basocelular e epidermóide são os mais frequentes. Dos tipos não melanoma, o carcinoma basocelular é mais frequente do que o carcinoma epidermóide”, explica Cramer.
As mais altas taxas de incidência de câncer de pele, melanoma e não melanoma, foram observadas em países com população caucasiana. Mais de 80% dos diagnósticos de melanomas e 65% dos óbitos por esse câncer foram verificados na Oceania, Europa e América do Norte.
O principal fator de risco para o câncer de pele, tanto para melanoma quanto para não melanoma, é a exposição excessiva à radiação solar. Para o tipo não melanoma, em particular para o carcinoma epidermóide, a incidência aumenta com a idade, sendo mais frequente na população masculina do que na feminina.
De acordo com o médico oncologista, as populações de pele clara possuem um risco aumentado para o desenvolvimento do câncer de pele não melanoma, principalmente ao se exporem à radiação ultravioleta do sol. “Pessoas que realizam bronzeamento artificial também possuem o risco aumentado, especialmente em idades jovens”.
O câncer de pele melanoma é o mais agressivo, apesar de ser menos frequente do que os outros tumores. A idade, o sexo e a susceptibilidade individual também são importantes no desenvolvimento desse tipo de câncer.
Sem contar os fatores genéticos, a radiação ultravioleta do sol contribui para o desenvolvimento do melanoma. Aproximadamente 80% dos melanomas de pele estão associados a essa exposição, principalmente naquelas pessoas de pele sensível, ou seja, que se queimam com facilidade, pele clara e pele com múltiplas sardas.
Indivíduos de pele escura possuem menor risco de apresentar melanoma de pele. O prognóstico desse câncer é considerado bom se os tumores forem diagnosticados e tratados, de forma adequada, em sua fase inicial. Quando os melanomas são diagnosticados em fases mais avançadas, principalmente com a presença de metástases, eles apresentam pior prognóstico.
No Brasil, Cramer explica que o câncer de pele não melanoma continua sendo o tumor mais incidente em ambos os sexos. “Vale ressaltar que é provável que exista um sub-registro dessa neoplasia em função do subdiagnóstico, podendo assim subestimar as taxas de incidência e os números esperados de casos novos”.
Por isso, a educação em saúde para a população, com ações de estímulo à proteção individual contra a luz solar, é altamente efetiva e de custo relativamente baixo para a prevenção primária do câncer de pele, inclusive os melanomas.
A recomendação é para que a pessoa procure assistência médica, se possível um Dermatologista, ao primeiro sinal de surgimento de novas manchas ou sinais na pele, ou modificações na cor, no tamanho e nas bordas de lesões antigas. “Previna-se, mude seus hábitos, seja uma pessoa saudável, VIVA PLENAMENTE e viva 2021 com muita saúde”