O advogado Ney Arruda Filho destacou na manhã desta terça-feira, 12, durante comentário no programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, a polêmica envolvendo o hino rio-grandense, levantada após vereador Matheus Gomes (PSol) e outros quatro membros da bancada negra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, não levantaram para cantar o hino.
A atitude de Gomes ocorre porque afirma que possui racismo nos trechos “Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo”. “Essa polarização dificilmente não aconteceria se não tivesse tido essa manifestação. As manifestações são positivas, elas geram um questionamento. Os defensores do hino contextualizam a letra na época em que ela foi escrita. Quando fazem o destaque da frase não faz referência a escravidão do negro ou não faria uma referência que o negro ou indígena foram escravizados por não terem virtudes. Ambos os povos foram arrancados de sua origem e foram escravizados pela força, pelas armas. Eles não foram escravizados pela falta de virtude ou cultura”, pontua Arruda.
Na opinião do advogado, com essa polêmica é preciso fazer uma ressalva e olhar também para obras de Monteiro Lobato, por exemplo, que fala da Tia Anastásia, no Sítio do Picapau Amarelo, ou tantos outros personagens. “A ética e a própria lei foram ganhando novos contornos e evoluindo”, destaca.
“Sou contra mudar a letra do hino. O hino deve ser interpretado. Essa frase em específico guarda uma beleza poética e tem que ser transportada para o momento em que ela foi composta”, comenta.
Confira o comentário de Ney Arruda Filho na íntegra