É animador ver as pessoas reaproveitando o Rio Taquari para o lazer e o esporte. Na década de 80 e início dos 90, e na companhia do meu pai, lembro de acompanhar emocionantes corridas de lancha no nosso principal manancial. As margens ficavam repletas de espectadores e o turismo ligado ao esporte era uma realidade na capital do Vale do Taquari. Passado um determinado tempo, e a população de Lajeado parece que esqueceu as belezas naturais e resolveu ficar de costas para o rio. Recentemente, porém, o leito passou a receber novos frequentadores. Por vezes, até eu me aprumo com o velho caiaque. E tudo isso é muito legal. Desde que não existam exageros e riscos, claro.
De frente para o Taquari II
O assunto precisa ser melhor debatido. Hoje, nenhuma cidade margeada pelo Rio Taquari possui uma marina pública digna e segura para o potencial turístico do manancial. Em Lajeado, uma das cidades mais ricas do Estado, o Porto dos Bruder é o símbolo do descaso com essa importante ferramenta de lazer e negócios. Sim, negócios. Espaços gastronômicos, eventos náuticos e ainda determinadas atividades lúdicas são oportunidades que podem ser incorporadas à beleza natural do nosso rio. Observando para o mínimo impacto ambiental, a orla do Taquari é um espaço nobre que tem tudo para ser compartilhado com todos os moradores da região e, quiçá, do mundo.
De frente para o Taquari III
Há muitos projetos para a construção de marinas públicas às margens do imperioso Taquari em Lajeado. As principais propostas sugerem a conexão entre o futuro Parque Ney Arruda (na esquina das Ruas Bento Gonçalves e Osvaldo Aranha) com o Porto dos Bruder. Por se tratar de uma área potencialmente alagável, o projeto não prevê muitas obras de arte ou edificações. Mas, sim, uma infraestrutura segura, básica e capaz de democratizar o acesso ao Rio Taquari e proporcionar melhor qualidade de vida à população e retorno financeiro aos cofres do município. O belvedere também passa por reformas. Com a possibilidade, inclusive, de recuperação da antiga escadaria.
De frente para o Taquari IV
Durante o fim de semana, imagens de uma aglomeração de lanchas e balsas chamaram a atenção dos curiosos e autoridades de segurança. E com razão. Se aos jovens – e outros nem tão jovens assim – cabe o direito de buscar diversão, aos órgãos de segurança cabe a missão derradeira de resguardar a vida e o bem coletivo. E isso já ocorreu, inclusive. No dia 12 de outubro passado, o Corpo de Bombeiros foi chamado às 4h30min da madrugada para resgatar seis jovens que ficaram à deriva no rio Taquari, após fundir o motor da balsa. Não estavam em risco iminente de morte, claro. Mas o fato demonstrou uma certa fragilidade nessas confraternizações. E isso exige atenção.
De frente para o Taquari V
As cobranças sobre o evento do fim de semana incomodaram alguns membros de clubes náuticos. É compreensível. Afinal, a maioria respeita as regras e as imagens não provam ilicitudes. Porém o alerta é necessário para o bem de todos. É preciso garantir segurança e diversão às pessoas, e também dar ouvidos a alguns ribeirinhos, que se queixaram de excessos por parte de uma minoria. Por ora, não há razões para medidas ou preocupações extremas. Muito pelo contrário. Os encontros fluviais serão muito bem vindos para o turismo e o lazer. Mas como dizem os mais antigos, “é preciso respeitar o rio”. E quem vive e ama o velho Taquari concorda e agradece.
Bafo na nuca!
Os vereadores de Estrela sentiram na pele que não podem fazer o que bem entendem com o dinheiro do contribuinte. Na sessão de segunda-feira, o povo foi ao encontro dos parlamentares e literalmente colocou o “dedo na cara” de seus representantes. Independente de eventuais interesses obscuros por parte de alguns, a manifestação é mais do que legítima. Acima de tudo, o protesto é necessário e deve servir de exemplo para os agentes públicos e contribuintes de outros municípios vizinhos. O recado é claro: a conta está alta e o serviço está muito aquém do esperado. Acordem!
Restrições e moral
O governo estadual resolveu enrijecer as regras de distanciamento social, e a repercussão foi bastante negativa em alguns setores da economia. Especialmente sobre a área de eventos, uma das mais prejudicadas durante todo o ano de 2020. Embora eu não compactue com a “tese” de que os números foram “mascarados” para privilegiar as eleições e os políticos, é perceptível que a postura de muitos gestores e candidatos durante a campanha – com aglomerações e despreocupação geral com a covid – deve dificultar ainda mais a compreensão por parte de quem será mais prejudicado.
Câmara de Lajeado
Na medida em que o tempo avança, as negociações para a presidência da Câmara de Lajeado também tomam rumos diferentes. O debate sobre a eventual redução de Cargos Comissionados também gera embates entre os velhos e novos vereadores que assumem a partir de janeiro de 2021. Muitos vereadores já estão com as duas vagas de assessor comprometida. E a possibilidade de perder um dos “braços” de campanha é vista com muito temor e preocupação.
