O Salão de Eventos da Acil foi palco do retorno dos workshops presenciais do Negócios em Pauta. Transmitido também pela Rádio A Hora e pelas redes sociais do Grupo A Hora, o evento reuniu líderes das entidades empresariais para debater o papel das organizações associativas na articulação dos negócios para a competitividade das empresas.
Participaram do encontro o presidente da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro da Rosa, o vice-presidente de relações com os associados da ACIL, Rômulo Xavier Vier, e do vice-presidente de capacitação da CDL Lajeado, Carlos Henrique Haas Oliveira.
Rosa iniciou o painel explicando o funcionamento da articulação entre as diferentes entidades empresariais da região. Segundo ele, cada município tem ao menos uma associação da classe, enquanto a CIC-VT congrega as diferentes organizações.
“O papel das entidades ficou muito evidente na pandemia, porque as empresas perceberam como o enfrentamento das dificuldades é eficaz quando você está organizado enquanto categoria”, afirma. Lembra que é muito mais difícil superar os momentos de incerteza individualmente, sem uma suporte para o enfrentamento da crise.
“As associações saíram fortalecidas na pandemia porque estiveram ao lado do associado”, destaca. Para Oliveira, a pandemia foi um grande desafio porque ninguém estava preparado para uma situação como essa. Segundo ele, havia uma expectativa muito grande sobre as entidades iriam se posicionar, porque era uma situação nova e os dados não estavam muito claros.
Diante da impossibilidade de realizar os eventos de qualificação tradicionais, como a Convenção CDL e o Encontro de Jovens Empresários, a entidade optou por criar projetos especiais para os associados. “Trabalhamos temas como a digitalização das empresas, análises de mecanismos financeiros, administrativos e de como se relacionar com a equipe. Foi um ano de reajustar os planos.”
Rômulo Vier acredita que as entidades mostraram, durante a pandemia, a força e a vontade de fazer o bem pela comunidade. “Na Acil, nós atuamos como um hub de informação para o associado, repassando melhores ideias e estratégia para que eles pudessem fazer a diferença em cada empresa.”
Vier destaca a ação Atitude Eu Tenho a Minha, voltada para a valorização dos produtos e serviços locais. Lembra que todas as entidades, empresas e veículos de comunicação aderiram a ideia, que foi fundamental para minimizar os impactos das medidas de restrição.
Posição forte
Outra característica marcante das associações de classe da região são os posicionamentos firmes e tecnicamente embasados. De acordo com Ivandro da Rosa, na CIC-VT foi criado um comitê regional com os presidentes das diferentes entidades empresariais, representantes da Amvat, Codevat, da universidade, das cooperativas e da coordenaria de saúde logo no início da pandemia.
“Nós enfrentamos como região, todos juntos, sempre buscando a convergência de esforços, sem egoísmo e egocentrismo”, ressalta. Hoje, Rosa considera que a região está em uma situação melhor do que outras do RS justamente por causa desse esforço conjunto em busca de posicionamentos.
Para Oliveira, o decreto estadual que determinou o fechamento do comércio no fim de março foi injusto, porque não levou em consideração o monitoramento realizado pelas entidades. Segundo ele, as associações verificaram que havia concentração de pessoas em bancos, mercados e farmácias, mas não nas lojas. “Esses meses não serão recuperados.”
O posicionamento das entidades também foi marcante em relação a reforma tributária proposta pelo governo do Estado, que acabou sendo arquivada após a pressão do setor empresarial. O presidente da CIC-VT destaca a criação de um grupo de trabalho regional formado por contadores, advogados tributaristas e economistas para avaliar os impactos da proposta nos diferentes setores da economia.
Segundo ele, muitos segmentos da economia poderiam até se beneficiar da proposta, mas no contexto do Vale do Taquari, que é um grande produtor de alimentos, os prejuízos seriam grandes. “Como região conseguimos um posicionamento convergente de que a reforma seria prejudicial.”
União necessária
Empresário com atuação destaca em diversas entidades de Classe, Valmor Scapini falou sobre a importância de manter a aproximação com as associações após a crise. Segundo ele, se no momento do desespero e de achar uma solução, o empresário encontrou um porto seguro nas entidades, é preciso manter esse vínculo daqui para frente.
“Precisamos estar sempre agregados às entidades, porque hoje a dificuldade pode ser menor ou maior, mas os momentos difíceis sempre existirão”, alerta. Carlos Oliveira afirma que fazer parte das associações prepara o empresário para tomar decisões diante das adversidades, o que compensa o tempo dedicado ao trabalho voluntário nas entidades.
Rômulo Vier destaca o network com empresário de diferentes setores, em especial dos mais experientes, como a maior riqueza adquirida durante o voluntariado nas associações de classe. “Absorvemos o conhecimento de pessoas incríveis e conseguimos colocar muitas ideias em prática no dia-a-dia das nossas empresas.”