Na semana que deveria ser de reabertura do Ensino Médio, a falta de equipamentos e da contratação de servidores para higiene e alimentação impediu que as 42 escolas da rede estadual voltassem com o atendimento presencial para os estudantes.
Enquanto não há garantias de quando será o retorno, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) consulta direções das escolas para saber o número de estudantes que demonstraram interesse em participar das atividades presenciais.
O levantamento começou a ser feito na quarta-feira e até agora, dos 8,6 mil alunos matriculados na rede pública, 19% indicaram que desejam retornar às aulas presenciais.
A coordenadora de Educação, Cássia Benini, descarta o reinício antes de que todos os 12 itens garantidos pelo Estado cheguem às escolas. De acordo com ela, as atividades presenciais só serão autorizadas com a garantia do cumprimento dos protocolos de segurança.
São esperados tapetes sanitizantes, termômetros, máscaras para professores e alunos, além de produtos de higiene e álcool gel.
Os caminhões das distribuidoras começaram a chegar nas escolas da região no fim da tarde dessa quinta-feira. Ainda assim, os materiais são entregues em etapas. Na escola Guararapes, de Arroio do Meio, por exemplo, foram entregues materiais de limpeza, álcool gel e as máscaras. Para a próxima semana são esperados os tapetes sanitizantes.
As entregas continuam ao longo de toda a semana e também no início de novembro. Com isso, não há como estimar um prazo para recomeço das aulas nas instituições da rede pública estadual. Entre os maiores colégios do Vale, a perspectiva era de reabrir as turmas a partir do dia 28 de outubro, próxima quarta-feira.
Todas as instituições de ensino da rede pública terão de seguir portaria de saúde, com regras sobre distanciamento na sala de aula, uso de máscaras por alunos, professores e funcionários, bem como a medição da temperatura dos estudantes ao chegar às escolas.
O investimento para compra dos equipamentos chegou a R$ 270 milhões. Do montante, R$ 15,3 milhões foram destinados à compra de equipamentos de proteção individual (EPIs); 9,8 mil termômetros infravermelhos; 328 mil máscaras infantis; 1,9 milhão de máscaras infantojuvenis; e 1,3 milhão de máscaras adultos.
Conforme o Piratini, são mais de 30 mil entregas, em 2.467 escolas. Como se tratam de diversos fornecedores, houve dificuldade em estabelecer uma logística integrada para garantir o fluxo de chegada dos itens às instituições da rede pública estadual.
Aguardo por servidores
Além dos materiais e equipamentos de proteção, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) ainda tem de contratar de servidores para a higiene e merenda. Estima-se que a região precise de 90 profissionais dessas áreas.
“Quanto às contratações, elas estão sendo analisadas caso a caso, escola por escola, de acordo com as necessidades e baseadas na informação do número de alunos que cada instituição receberá. Havendo necessidade, a equipe diretiva informa a CRE. A partir disso, se solicita a contratação à Seduc”, relata a coordenadora regional, Cássia Benini.
Pelos protocolos de segurança, as escolas da rede pública só poderão atender metade dos alunos do Ensino Médio por turma. Com isso, a prioridade neste primeiro momento será atender alunos com mais dificuldade de assimilação dos conteúdos e também que não tem acesso a internet, afirma.
A carga horária em sala de aula será menor, com três horas presenciais por dia. O aluno terá de cumprir outras duas horas por meio do ensino remoto. Segundo a coordenadora da 3ª CRE, a previsão é que o ano letivo seja encerrado até a metade de janeiro, pois ao invés dos 200 dias de aula, foi estabelecido como regra a carga horária de mil horas\aula para o Ensino Médio diurno e 800 horas para o noturno. Com isso, alunos do último ano do Ensino Médio não teriam prejuízos em termos de ingresso em cursos Superiores ou técnicos no primeiro semestre de 2021.
Pelo RS
Conforme a Seduc, com base nos dados recebidos das 30 Coordenadorias Regionais, das 1.136 escolas de Ensino Médio e Técnico da rede estadual, 443 escolas estão em municípios com decretos que proíbem o retorno das aulas presenciais até o momento.
Das 693 escolas em municípios onde a abertura é autorizada, apenas 80 tiveram aulas presenciais. De acordo com a secretaria, as instituições de ensino que não reiniciaram as atividades presenciais, devem permanecer abertas em regime de plantão para receber os equipamentos e materiais de higiene.
No Vale do Taquari, dos 38 municípios, 14 estão com decretos que proíbem o retorno das aulas, informa a Coordenadoria de Educação. São: Anta Gorda; Canudos do Vale; Colinas; Coqueiro Baixo; Doutor Ricardo; Imigrante; Nova Bréscia; Progresso; Putinga; Sério; Tabaí; Taquari; Travesseiro; e Westfália.