Dos 8,6 mil alunos, menos de 1,7 mil pretendem voltar

Pouca adesão

Dos 8,6 mil alunos, menos de 1,7 mil pretendem voltar

Dados preliminares da 3ª CRE indicam que 19% dos estudantes do Ensino Médio comunicaram interesse em retomar às aulas presenciais. Data para reabertura das escolas estaduais do Vale segue indefinida

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Dos 8,6 mil alunos, menos de 1,7 mil pretendem voltar
Kits de higiene não chegaram a todas as escolas do Vale. No final de outubro, materiais foram entregues à Escola Guararapes, de Arroio do Meio. Foto: Arquivo A Hora
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Na semana que deveria ser de reabertura do Ensino Médio, a falta de equipamentos e da contratação de servidores para higiene e alimentação impediu que as 42 escolas da rede estadual voltassem com o atendimento presencial para os estudantes.

Enquanto não há garantias de quando será o retorno, a 3ª Coordenadoria Re­gional de Educação (CRE) consulta dire­ções das escolas para saber o número de estudantes que demonstraram interesse em participar das atividades presenciais.

O levantamento começou a ser feito na quarta-feira e até agora, dos 8,6 mil alu­nos matriculados na rede pública, 19% indicaram que desejam retornar às aulas presenciais.

A coordenadora de Educação, Cássia Benini, descarta o reinício antes de que todos os 12 itens garantidos pelo Estado cheguem às escolas. De acordo com ela, as atividades presenciais só serão auto­rizadas com a garantia do cumprimento dos protocolos de segurança.

São esperados tapetes sanitizantes, termômetros, máscaras para professores e alunos, além de produtos de higiene e álcool gel.

Os caminhões das distribuidoras co­meçaram a chegar nas escolas da região no fim da tarde dessa quinta-feira. Ain­da assim, os materiais são entregues em etapas. Na escola Guararapes, de Arroio do Meio, por exemplo, foram entregues materiais de limpeza, álcool gel e as más­caras. Para a próxima semana são espe­rados os tapetes sanitizantes.

As entregas continuam ao longo de toda a semana e também no início de novembro. Com isso, não há como esti­mar um prazo para recomeço das aulas nas instituições da rede pública esta­dual. Entre os maiores colégios do Vale, a perspectiva era de reabrir as turmas a partir do dia 28 de outubro, próxima quarta-feira.

Todas as instituições de ensino da rede pública terão de seguir portaria de saú­de, com regras sobre distanciamento na sala de aula, uso de máscaras por alunos, professores e funcionários, bem como a medição da temperatura dos estudantes ao chegar às escolas.

O investimento para compra dos equi­pamentos chegou a R$ 270 milhões. Do montante, R$ 15,3 milhões foram des­tinados à compra de equipamentos de proteção individual (EPIs); 9,8 mil ter­mômetros infravermelhos; 328 mil más­caras infantis; 1,9 milhão de máscaras infantojuvenis; e 1,3 milhão de máscaras adultos.

Conforme o Piratini, são mais de 30 mil entregas, em 2.467 escolas. Como se tratam de diversos fornecedores, houve dificuldade em estabelecer uma logística integrada para garantir o fluxo de chega­da dos itens às instituições da rede públi­ca estadual.

Aguardo por servidores

Além dos materiais e equipamentos de proteção, a Secretaria Estadual de Edu­cação (Seduc) ainda tem de contratar de servidores para a higiene e merenda. Estima-se que a região precise de 90 pro­fissionais dessas áreas.

“Quanto às contratações, elas estão sendo analisadas caso a caso, escola por escola, de acordo com as necessidades e baseadas na informação do número de alunos que cada instituição receberá. Havendo necessidade, a equipe diretiva informa a CRE. A partir disso, se solicita a contratação à Seduc”, relata a coordenadora regional, Cássia Benini.

Pelos protocolos de segurança, as es­colas da rede pública só poderão atender metade dos alunos do Ensino Médio por turma. Com isso, a prioridade neste pri­meiro momento será atender alunos com mais dificuldade de assimilação dos con­teúdos e também que não tem acesso a internet, afirma.

A carga horária em sala de aula será menor, com três horas presenciais por dia. O aluno terá de cumprir outras duas horas por meio do ensino remoto. Se­gundo a coordenadora da 3ª CRE, a pre­visão é que o ano letivo seja encerrado até a metade de janeiro, pois ao invés dos 200 dias de aula, foi estabelecido como regra a carga horária de mil horas\aula para o Ensino Médio diurno e 800 ho­ras para o noturno. Com isso, alunos do último ano do Ensino Médio não teriam prejuízos em termos de ingresso em cur­sos Superiores ou técnicos no primeiro semestre de 2021.

Pelo RS

Conforme a Seduc, com base nos dados recebidos das 30 Coordenadorias Regionais, das 1.136 escolas de Ensino Médio e Técnico da rede estadual, 443 escolas estão em muni­cípios com decretos que proíbem o retorno das aulas presenciais até o momento.

Das 693 escolas em municípios onde a abertura é autorizada, apenas 80 tive­ram aulas presenciais. De acordo com a secretaria, as instituições de ensino que não reiniciaram as atividades presen­ciais, devem permanecer abertas em re­gime de plantão para receber os equipa­mentos e materiais de higiene.

No Vale do Taquari, dos 38 municí­pios, 14 estão com decretos que proíbem o retorno das aulas, informa a Coordena­doria de Educação. São: Anta Gorda; Ca­nudos do Vale; Colinas; Coqueiro Baixo; Doutor Ricardo; Imigrante; Nova Brés­cia; Progresso; Putinga; Sério; Tabaí; Taquari; Travesseiro; e Westfália.

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