O tradicional espetáculo de fé e esperança neste ano foi alterado por conta da pandemia. A Paixão de Cristo de Imigrante, que reunia milhares de espectadores em frente ao Convento Franciscano São Boaventura, não terá plateia nesta edição, porém a comunidade poderá acompanhar a encenação de casa. A peça foi encenada e gravada no sábado, 17, e será exibida em dezembro nas plataformas digitais da administração municipal.
A data ainda será definida. Conforme o diretor teatral, Pablo Capalonga, o espetáculo pode ser um alento em um ano de muitas dificuldades e reforçar a mensagem de fé e esperança.
O espetáculo estava a 10 dias da estreia, em abril, quando precisou ser suspenso. “Com o evento sem data para acontecer, aguardamos a situação amenizar e, no fim de agosto, reunimos o elenco para retomada dos ensaios”, explica.
Com exigências de distanciamento e atores utilizando máscara, Capalonga precisou alterar o roteiro. “O espetáculo precisou ser adaptado e as cenas com toques e de mais proximidade foram alteradas. Precisávamos entregar um conteúdo cultural seguro”, reforça.
Público sem fronteiras
No ano passado, mais de 10 mil pessoas assistiram ao espetáculo nos dois dias de encenação. Conforme Capalonga, o evento tinha limite de físico, mas nesta 15ª edição, ele se torna sem fronteiras. “Recebíamos pessoas de muito longe, pois estava no calendário oficial dos eventos culturais do estado. Agora, o público será ainda maior”, esclarece.
Capalonga comanda o espetáculo há três anos e o texto é sempre novo e diferente. Nesta edição, a história começa com Pedro contando que visualizou a captura de Jesus pelos soldados. “Eu não costumo seguir a ordem cronológica. Trabalho com o passado e presente da história. Após essa primeira cena, voltamos no tempo e mostramos milagres de Jesus e seguimos até a ressurreição”, antecipa.
Para o diretor, a adaptação do espetáculo online é uma forma de ter o evento presente, para não cair no esquecimento da comunidade.
Participação da comunidade
O espetáculo tem como marca a participação de atores locais. Eder Winck representou Jesus. Para ele, esta edição foi um grande desafio. “Estávamos com tudo pronto e fomos surpreendidos com o cancelamento do espetáculo. A gravação foi na coragem e principalmente no amor pela arte”, reforça.
Winck acredita que o espetáculo será um momento de conforto em meio à pandemia. “Se observarmos a história de Cristo crucificado, enxergamos que nós também somos feitos de pequenas ressurreições e recomeços”, afirma.
Natal do Morro de Arvorezinha
Em Arvorezinha, a 28ª edição do Natal no Morro também precisou ser alterada. Capalonga também dirige o espetáculo, que será transmitido ao vivo, no dia 27 de novembro, pelas redes sociais da administração municipal. E, será retransmitido em especiais de Natal, nos dias 19 e 25 de dezembro.