Os candidatos à prefeitura de Lajeado abriram na segunda-feira, 5, uma série de debates promovidos pelo Grupo A Hora ao longo da corrida eleitoral. Daniel Fontana (PSB/Podemos), Marcelo Caumo (PP/PSDB/PL/PSL) e Márcia Scherer (MDB) participaram do encontro no estúdio panorâmico da Rádio A Hora 102.9.
Caumo defendeu os projetos executados por sua gestão e a integração com o empresariado, a universidade e setores da sociedade civil e projetou o aprofundamento de programas como o Pacto pela Paz e o Promove Lajeado.
A principal proposta defendida por Fontana foi a criação do aplicativo Fala Lajeado, para centralizar informações e demandas da população e fortalecer o que o candidato chamou de “democratizar a democracia”.
Márcia criticou a atual gestão como “encastelada” e defendeu maior aproximação do poder público com os moradores e empreendedores do município, o que definiu como ‘prefeitura de porta aberta‘.
O debate foi marcado por confrontos de ideias, mas com poucas propostas concretas por parte dos candidatos.
O embate mais acirrado foi entre Marcelo Caumo e Márcia Scherer. Fontana evitou polêmicas e teve papel coadjuvante ao longo de debate.
O desafio do saneamento
No primeiro bloco, os três candidatos responderam sobre um mesmo tema proposto pela organização do debate: saneamento básico.
Marcelo Caumo: O atual prefeito citou o protocolo de intenções firmado junto ao Estado, no fim de 2019, para a formulação de parceria público-privada voltada ao tratamento de esgoto e destacou o percentual de unidades com fossa.
“Temos 80% das economias com fossa séptica, que é um modelo eficaz de tratamento de esgoto. A médio prazo, vamos envolver mais políticas públicas para que a limpeza das fossas seja ainda mais rotineira.”
Daniel Fontana: Fontana citou que o Marco do Saneamento prevê tratamento de 90% da coleta de esgoto até 2033 e que este investimento pode ser feito de forma pública ou privada.
“Se a gente conseguir fazer uma licitação, buscar uma forma de gerenciar e fazer o tratamento, temos um novo ciclo de desenvolvimento parecido com o ciclo da construção civil que ocorreu na nossa região”.
Márcia Scherer: Márcia criticou o serviço prestado pela Corsan em Lajeado e defendeu a opção pelo investimento privado nesta área.
“Tem muita coisa para ser feita. Por incrível que pareça, em 2020, temos bairros que não têm água. Dia sim, dia não, falta água. E é uma água gerenciada pela prefeitura de Lajeado. Isso não é mais possível”.
Confira o debate na íntegra
Prejuízos das cheias
Em determinado momento do debate, os candidatos responderam a perguntas elaboradas pelos jornalistas do Grupo A Hora.
A primeira foi direcionada a Márcia Scherer e questionava propostas concretas para preparar o município para lidar com as cheias. A candidata criticou a atuação da Defesa Civil na cheia de julho e defendeu um plano de contenção.
“Tem um projeto de prevenção de inundações desde 2009 na prefeitura. Por que não implementou? São projetos caros, mas os prejuízos causados pela enchente chegam a R$ 130 milhões na região”.
Geração de novas vagas
O segundo tópico foi que política pública o candidato projeta para estimular a geração de empregos. Caumo citou que o município teve saldo positivo entre contratações e demissões em agosto e defendeu que o poder público tem de ser um indutor das políticas de geração de emprego.
“A estratégia para que a gente retome o crescimento dos empregos é uma profunda relação de parceria e harmonia com o setor produtivo e a gente tem feito isso.”
Gargalos no trânsito
Ao candidato Daniel Fontana, a pergunta foi qual projeto para resolver mazelas da mobilidade urbana como o grande número de veículos em Lajeado, as calçadas mal conservadas e ciclovias pífias. Fontana defendeu que o uso da bicicleta ainda prescinde de uma mudança de cultura.
“Não adianta fazer ciclovia se ninguém usa a bicicleta. Precisamos criar a cultura para depois chegar à obra pública”, defendeu.
Embate entre Márcia e Caumo
No terceiro bloco, o clima esquentou entre os dois candidatos. Márcia apontou “incompetência” da atual gestão na resposta à enchente. Caumo rebateu.
“Não admito que a candidata se refira à incompetência. Isso não é republicano e o debate não foi feito para isso. A senhora tem de se conter”, disse.
Os ânimos se acirraram novamente quando Caumo perguntou a opinião de Márcia sobre a redução de cargos comissionados em seu governo. “Digo que é uma falácia, porque os CCS foram reduzidos em número, mas custam o mesmo e o senhor esconde CCs na Arki”, respondeu Márcia.
Em outro momento, Márcia afirmou que Caumo “mente e engana as pessoas”, referindo-se à promessa de não se candidatar à reeleição, feita por ele em 2016.
Caumo citou que a situação da Arki já foi analisada pelo Judiciário e Tribunal de Contas do estado e concluiu: “Caso seja constatada irregularidade, a gente corrige sem problema nenhum.”