Por que você decidiu participar do “Arte na Cidade”?
Ficamos sabendo pelas redes sociais que ocorreria o concurso e decidi fazer em conjunto com outro artista, o Lucas Baldissera, que também é designer e foi meu colega na universidade. Ele atua em uma área mais diferente da minha, enquanto eu trabalho mais com o desenho das letras, enquanto o Lucas atua com desenho abstrato. Pensamos em unir os dois estilos e mandar uma proposta para o concurso. Aí no final do ano passado ocorreu o evento para divulgar os vencedores e a proposta foi aceita.
Que mensagem vocês querem passar com a arte no viaduto?
O tema do Arte na Cidade está relacionado com a humanização. Nossa ideia e proposta tem uma frase central da arte: “seria preciso retroceder para conseguir evoluir?”. Bem no sentido de que, até que ponto estamos evoluindo, convivendo em sociedade. Estamos no meio digital, dentro da nossa caixinha, sem se preocupar com o próximo. Junto com a frase, se trabalha imagens que remetem à natureza. Será que estamos sendo humanos? É isso que queremos passar.
Como você avalia o propósito do município em renovar espaços urbanos com a arte?
Nós, como somos deste meio, gostamos disso. É bem legal, porque em cidades pequenas a arte e a cultura não costuma ser tão intensa. É uma forma de incentivar e valorizar a arte e deixar a cidade mais alegre como um todo. Vemos muito cinza nela. É prédios, asfalto. Cada vez menos vemos o colorido da natureza no nosso dia a dia, e isso também tem a ver com a tecnologia, pois ficamos muito ligados no celular.
E o retorno da comunidade, está sendo positivo?
É a primeira intervenção urbana que nós estamos fazendo. Ano passado fiz uma menor, para a Liga de Combate ao Câncer. Para nós está sendo um desafio novo fazer arte urbana. Costumamos trabalhar com paredes menores, espaços internos. É bem diferente. Estamos ainda na metade, mas as pessoas veem e dizem que está ficando ótimo, que deu outra cara para o viaduto. No outro lado, que está pronto, a gente vê o pessoal passando, tirando foto e comentando. Para quem faz arte, é a parte mais legal. Antes, iriam passar olhando para o celular.
Se houver a oportunidade, pretende participar de mais intervenções urbanas?
Não posso dizer que é certo por ambos. Mas conversamos antes de que, se surgir a oportunidade, faríamos com certeza, unindo os dois trabalhos.