O ano que começou com elevação no número de empregos com carteira assinada sofre os efeitos da pandemia e atinge o Vale do Taquari. Conforme o sistema Caged, do Ministério da Economia, nas 38 cidades da região, foram fechados 2.713 postos de trabalho de janeiro a maio.
Do total de municípios, apenas nove tiveram saldo positivo. Entre estas, duas das seis maiores cidades abriram mais postos do que perderam. Em Encantado, foram 56 admissões a mais do que demissões. Enquanto Arroio do Meio teve o resultado mais positivo entre toda a região, com 297 novas vagas.
Na outra ponta, Lajeado, Estrela, Teutônia e Taquari ficaram no negativo (confira o ranking). Essa retração na empregabilidade começou na metade para o fim de março, se acentuou em abril e maio continuou, mas em uma escala menor em comparação com o mês passado.
No início de janeiro, a região tinha 102.216 trabalhadores formais. Passou para 104.009 até o fim de fevereiro. Dias depois começou a queda. De acordo com o Caged, abril terminou com 100.570 trabalhadores formais e maio chegou a 99.503.
As restrições nas atividades econômicas na região iniciaram no dia 20 de março e seguiu por duas semanas, durante a vigência da bandeira vermelha no Vale do Taquari. O presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, realça que havia indicativos de melhoria no índice de empregos para 2020 até que a pandemia mudou o cenário.
Os dados do Caged comprovam essa análise. Segundo ele, ainda que os meses de março e abril tenham historicamente menos contratações, a queda acentuada está ligada a evolução dos contágios por covid-19.
Retomada mais lenta
O número de trabalhadores formais na região nos cinco primeiros meses deste ano é menor do que o mesmo período de 2019. Voltar ao patamar acima das 102 mil carteiras assinadas, número de empregos no início de 2020 é um desafio para a região.
A retomada costuma ser mais devagar do que as quedas, afirma Rosa. Ainda assim, líderes regionais apostam que o Vale terá menos prejuízos em comparação com outras regiões gaúchas. A perspectiva, diz o presidente da CIC, era que maio houvesse uma queda maior em comparação com abril.
Essa tendência não se confirmou. “É uma informação positiva. Para nós, mostra a importância de permanecermos na bandeira laranja. Pois, se houver novas restrições, a chance de mais desemprego aumenta.”
Tudo por conta da força da produção de alimentos e da reorganização do setor de varejo. Apesar dos surtos em frigoríficos, há condições para se manter as produções. Por isso líderes regionais alertam para o risco de uma nova evolução dos casos e retorno à bandeira vermelha.
Com mais restrições, o segmento dos frigoríficos teriam de reduzir novamente o trabalho para 25% da produção, o que traria ainda mais perdas em relação aos postos de trabalho. Para a CIC-VT, a perspectiva é que a partir de agosto haja uma recuperação mais segura das atividades econômicas.