Vale fecha 2,7 mil postos em cinco meses

pandemia e desemprego

Vale fecha 2,7 mil postos em cinco meses

Baque da pandemia nos empregos mostra impacto sobre todos os setores. No entanto, dados do Caged mostram que retração em maio foi menor do que em abril. Das seis maiores cidades da região, apenas Encantado e Arroio do Meio tiveram aumento no índice de empregabilidade nos cinco primeiros meses do ano

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Atualizado terça-feira,
14 de Julho de 2020 às 16:01

Vale fecha 2,7 mil postos em cinco meses
O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. Créditos: Divulgação
Vale do Taquari

O ano que começou com elevação no número de empregos com carteira assinada sofre os efeitos da pandemia e atinge o Vale do Taquari. Conforme o sistema Caged, do Ministério da Economia, nas 38 cidades da região, foram fechados 2.713 postos de trabalho de janeiro a maio.

Do total de municípios, apenas nove tiveram saldo positivo. Entre estas, duas das seis maiores cidades abriram mais postos do que perderam. Em Encantado, foram 56 admissões a mais do que demissões. Enquanto Arroio do Meio teve o resultado mais positivo entre toda a região, com 297 novas vagas.

Na outra ponta, Lajeado, Estrela, Teutônia e Taquari ficaram no negativo (confira o ranking). Essa retração na empregabilidade começou na metade para o fim de março, se acentuou em abril e maio continuou, mas em uma escala menor em comparação com o mês passado.

No início de janeiro, a região tinha 102.216 trabalhadores formais. Passou para 104.009 até o fim de fevereiro. Dias depois começou a queda. De acordo com o Caged, abril terminou com 100.570 trabalhadores formais e maio chegou a 99.503.

As restrições nas atividades econômicas na região iniciaram no dia 20 de março e seguiu por duas semanas, durante a vigência da bandeira vermelha no Vale do Taquari. O presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, realça que havia indicativos de melhoria no índice de empregos para 2020 até que a pandemia mudou o cenário.

Os dados do Caged comprovam essa análise. Segundo ele, ainda que os meses de março e abril tenham historicamente menos contratações, a queda acentuada está ligada a evolução dos contágios por covid-19.

Retomada mais lenta

O número de trabalhadores formais na região nos cinco primeiros meses deste ano é menor do que o mesmo período de 2019. Voltar ao patamar acima das 102 mil carteiras assinadas, número de empregos no início de 2020 é um desafio para a região.

A retomada costuma ser mais devagar do que as quedas, afirma Rosa. Ainda assim, líderes regionais apostam que o Vale terá menos prejuízos em comparação com outras regiões gaúchas. A perspectiva, diz o presidente da CIC, era que maio houvesse uma queda maior em comparação com abril.

Essa tendência não se confirmou. “É uma informação positiva. Para nós, mostra a importância de permanecermos na bandeira laranja. Pois, se houver novas restrições, a chance de mais desemprego aumenta.”

Tudo por conta da força da produção de alimentos e da reorganização do setor de varejo. Apesar dos surtos em frigoríficos, há condições para se manter as produções. Por isso líderes regionais alertam para o risco de uma nova evolução dos casos e retorno à bandeira vermelha.

Com mais restrições, o segmento dos frigoríficos teriam de reduzir novamente o trabalho para 25% da produção, o que traria ainda mais perdas em relação aos postos de trabalho. Para a CIC-VT, a perspectiva é que a partir de agosto haja uma recuperação mais segura das atividades econômicas.

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