O programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, entrevistou o Promotor de Justiça, Sérgio Diefenbach, referente ao cenário atual de calmaria na onda de contágios pelo covid-19 enfrentada por Lajeado. O promotor também analisou a cooperação da população referente ao cumprimento do isolamento social.
Conforme o promotor, a região vive uma situação de calmaria. “Porém, não vivemos em uma ilha e nos conectamos com diversas regiões que estão com um cenário agravado”, reforça. Para ele, deve-se evitar os termos pós-pandemia e segunda onda, pois ainda não passou. “Estaremos perto do normal quando a classe A puder viajar para Miami, quando poderemos ver Inter e Grêmio nos estádios, o dia que não morrer gente em escala. Ainda estamos longe do normal”, explica.
O Ministério Público segue acompanhando e observando a atuação de bares e restaurantes. “Infelizmente alguns estabelecimentos ignoram a fiscalização e atuam como se não estivessem na pandemia. Todos sabem que não pode haver aglomeração e isso já está acontecendo. Quando a multa é insuficiente para respeitarem o decreto, o Ministério Público precisa entrar com uma ação mais grave para restabelecer a ordem”, reforça.
Segundo ele, comportamentos individuais geram comportamentos coletivos. “Se eu vejo uma roda de chimarrão na rótula da Univates, a tendência é que eu também vá participar de uma roda de chimarrão. Se meu filho vê uma criança andando de bicicleta no parque, como vou explicar para ele que não pode fazer o mesmo”, exemplifica.
O promotor diz que por conta destes comportamentos muitas vezes é necessário fechar espaços públicos para que as pessoas respeitem. “Há um movimento entre promotores para que a Brigada Militar atue também na fiscalização de pessoas. Hoje, eles cumprem o protocolo de segurança pública, que é o seu dever”, relata.
Frigoríficos
Conforme Diefenbach, Lajeado enfrentou por primeiro a onda de contágio em frigoríficos. E, mesmo assim, os abatedouros são e sempre serão uma preocupação, explica. “É pelo que o ambiente oferece: um grande número de pessoas juntas trabalhando em um espaço confinado, em temperaturas baixas e em distância muito pequena”.
Por conta das condições, os frigoríficos seguem com atenção do MP. Segundo o promotor, não se descarta um novo surto nestes estabelecimentos.
Transporte coletivo
O MP também já esteve em audiência com a nova empresa que administra o transporte coletivo de Lajeado. “Passamos orientações para a empresa sobre os direitos do usuário, acessibilidade e normas restritivas do vírus”, esclarece.
Conforme Diefenbach, o MP recebeu denúncias de linhas superlotadas no período de pandemia. “Orientações neste sentido também foram repassadas para a empresa observar. Os ônibus também são pontos de possíveis contágios”, reforça.