A corrida de rua mais famosa do Brasil e da América Latina chega à sua 95ª edição em 2019. Realizada tradicionalmente no dia 31 de dezembro, a Corrida Internacional de São Silvestre é uma das metas e sonhos de qualquer corredor do país.
Neste ano, a competição chega com o Bronze Label da World Athletics (IAAF), o rol das principais provas do mundo. Comprovando o alto nível, o circuito de 15 quilômetros terá a presença de dois bicampeões, o queniano Edwin Rotich, vencedor nas edições de 2012 e 2013, e de Dawit Admasu, do Bahrein, que ganhou em 2014 e 2017.
Na terça-feira, 31, as provas terão início às 7h25min, na categoria cadeirantes. Logo depois, às 7h40min, a elite do feminino dará a largada. O masculino sairá às 8h05min. Na sequência, o Pelotão C, cadeirantes com guia e pelotão geral.
“O atletismo é um esporte viciante”
O policial militar Tiago Muniz de Souza, 30, acompanha a Corrida de São Silvestre pela televisão desde a infância. A emoção da disputa até os metros finais, os milhares de corredores querendo dar o seu melhor no último dia do ano, e a alegria dos participantes fantasiados sempre chamaram a sua atenção. Participar da prova se tornou um sonho.
Este sonho começou a se tornar realidade em 2017. Na época, Souza estava finalizando a faculdade de direito. O estresse do dia a dia, aliado à conclusão do TCC, fez o lajeadense lembrar do esporte que sempre gostou. Então, passou a correr para aliviar este estresse, e com isso ganhar em qualidade de vida.
Quando criança, apoiado por familiares, Souza chegou a participar das rústicas de natal de Lajeado. Porém o trabalho e os compromissos fizeram ele se afastar. Após voltar a correr por diversão, logo passou a participar de provas. A motivação e a vontade de evoluir foi crescendo. “O atletismo é um esporte mágico e viciante, depois que começa é difícil conseguir parar”, comenta.
Decidido a participar da São Silvestre, o atleta começou a sua preparação. Planejou planilhas com treinos que, na medida do possível, tenta seguir para evoluir e ganhar ritmo de prova. Aliado a isso, se alimenta de forma saudável, seguindo dicas e acompanhamento de nutricionista, além de fazer o preparo físico em academia e ter um fisioterapeuta pessoal.
Para Souza, as pessoas que participam da prova são o que fazem ela se diferenciar das demais, além de ser a corrida mais antiga e famosa do Brasil. “Não é apenas uma competição, pessoas vão lá para se divertir, fazer amizades e agradecer pelo ano. É uma prova comemorativa, a empolgação e criatividade dos participantes em suas fantasias tornam a São Silvestre uma prova única e espetacular.”
Participar da prova é a realização de um sonho, e a expectativa é a melhor possível. O policial irá para a corrida como em todas que participou ao longo do ano, com o pensamento de dar o seu melhor, sem deixar de curtir o momento que será inesquecível. “Claro que tem a preocupação com tempo e desempenho, mas quero ir como sempre, para fazer amizades, desfrutar o momento e agradecer a Deus pelo ano sem lesões e por ter saúde para fazer o que amo, que é correr.”
O resultado é consequência. Mas se tudo der certo, Souza quer correr em um pace (tempo por km percorrido) entre 4 minutos e 10 segundo à 3 minutos e 50 segundos. Finalizando a prova abaixo de 1h05min. “Estou confiante que consiga cumprir essa meta.”
“É a corrida mais tradicional do Brasil”
O atendente comercial Ronaldo Piuco Júnior, 29, irá participar da São Silvestre pelo segundo ano. Na edição passado, participou da prova com a intenção de correr os 15 km abaixo de 1 hora. Finalizou a prova com o tempo de 57 minutos e 40 segundos, na posição 136 entre mais de 30 mil corredores.
Ronaldo participa de corridas faz três anos. Iniciou quando se mudou de Lajeado para Guaporé. A distância da filha, que ficou em Lajeado, fez com que a corrida passasse a ser uma válvula de escape para ocupar a mente e diminuir a saudade. “Foi graças a minha filha que entrei no mundo das corridas, e para ela dedico cada vitória ou meta alcançada.”
O atleta conta que não gostava de assistir a prova quando criança, mas depois que começou a correr e treinar para as corridas, a São Silvestre virou um sonho. “Ano passado consegui realizar o sonho, e esse ano novamente terei a chance de correr a corrida de rua mais tradicional do Brasil.”
No início do mês, Júnior participou da Volta da Pampulha, tradicional corrida realizada em Belo Horizonte. Ficou na posição 71 entre 17 mil competidores. Com isso, tem o objetivo de terminar a última corrida do ano em 55 min, entre os 100 primeiros colocados.
Números e Curiosidades
Corrida Internacional de São Silvestre
Local: São Paulo
Quando: Terça-feira, 31, a partir das 7h25min
Edição: 95
Criação: 1925
Número de participantes: Em torno de 35 mil
Percurso: 15 km
Países que mais venceram a prova masculina: Brasil (25 vezes), Quênia (14 vezes), Bélgica (6 vezes) e Colômbia (6 vezes)
Países que mais venceram a prova feminina: Quênia (13 vezes), Portugal (7 vezes) e Brasil (5 vezes)
Maiores vencedores: Rosa Mota (Portugal, seis vezes), Paul Tergat (Quênia, cinco vezes), Robert Cheruiyot (Quênia, três vezes) e Marílson dos Santos (Brasil, três vezes).