Na propriedade de Claudiomiro Weizenmann, 46, em Forquetinha a produção de leite sempre foi a principal atividade desenvolvida. No entanto, a paixão pela fruticultura aos poucos muda o cenário. Há 15 anos o pai Camilo José, 68 ganhou quatro mudas de abacaxi. “Plantei por que o sabor das frutas era único, incomparável com as que comprávamos no mercado”, relata.
O filho, nas horas de folga, passou a cuidar das plantas no quintal. De muda em muda ampliou a área. São mais de 10 mil unidades em crescimento, todas nos sistema orgânico. Destas, cinco mil já frutificam faz três anos e incrementam a renda familiar.
Neste ciclo foram colhidas mais de 4,5 mil frutas, com peso médio de um quilo, da variedade Pérola. “São extremamente doces e com mercado garantido por não terem nenhum tipo de agrotóxico”, revela Claudiomiro.
As unidades menores são descascadas e armazenadas em um freezer. Nos próximos meses serão vendidos para a fabricação de suco em feiras do produtor na região.
Esterco e muito trabalho
Nas áreas onde os abacaxis estão plantados nunca foi aplicado qualquer tipo de agrotóxico. A limpeza é feita de forma manual com auxílio de uma enxada. Para adubação a família utiliza esterco de animais e no controle de pragas e doenças, são usados produtos ecológicos e naturais. “Aqui você colhe a fruta na lavoura e já pode comer. Esse é o diferencial, pois as pessoas estão preocupadas com a saúde”, entende.
A ideia é ampliar a área devido à demanda. No quintal mais de 2 mil mudas estão prontas para o transplante. A fruta é vendida por R$ 1,50 a média e a graúda por R$ 2,50.
Excelente opção
Conforme o técnico em fruticultura Derli Paulo Bonine, o principal cuidado na hora de implantar a cultura é com a área. “O abacaxizeiro é uma planta de clima tropical e não suporta geadas. A encosta de morros é o local ideal”, orienta.
Já o solo deve ser bem drenado, pois em casos de umidade em excesso podem aparecer doenças. Quanto ao espaçamento, o ideal é deixar entre 80 e 120 centímetros entre as filas e de 20 a 40 cm entre as plantas, média de 33 mil mudas por hectare. A primeira colheita ocorre entre 24 e 30 meses após o plantio, recomendado para os meses de agosto e setembro. As variedades mais comuns são o Pérola (precoce) e o Boituva (tardio).
As frutas são colhidas entre janeiro e março. Bonine considera a cultura uma excelente opção para a agricultura familiar, pois no verão a procura é muito grande, seja para suco ou consumo in natura. “A maioria das frutas é trazida de outras regiões”, observa.
