No dia 25 de novembro de 1972, um grupo de suinocultores e técnicos ligados à suinocultura reuniu-se em Estrela para fundar a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs). A entidade assumiria a responsabilidade de zelar pelos interesses dos suinocultores de todo o estado e trabalhar a favor do melhoramento genético do rebanho gaúcho.
Aos 46 anos, o presidente Valdecir Folador, conselheiro de Relações com o Mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), destaca a necessidade de tornar a atividade mais eficiente e focar na sanidade. “Aliar tecnologia, produtividade e conhecimento é fundamental para garantir mercado e boa margem de lucro”, observa.
Estima-se que no RS, terceiro maior produtor de carne do país e segundo maior exportador, estejam em atividade em torno de oito mil suinocultores.
A Hora – Como podemos elevar o consumo?
Valdecir Folador – Atualmente a carne suína é a mais consumida no mundo. Responde por 42% do consumo global das três proteínas. Nos últimos dez anos, o consumo atingiu 15,1 Kg/habitante/ano, com alta de 16,5% no período. Resultado do trabalho feito pela Associação Brasileira, junto às grandes redes de mercados e varejo desde 2005. O novo formato de apresentar a carne continua tirando mitos, tabus e preconceitos. E esse caminho ajuda a elevar o consumo. O auxílio de profissionais de saúde, na divulgação dos benefícios, exerce um papel importante. Isso dá equilíbrio ao mercado e cria novas oportunidades.
Como aliar novas tecnologias, bem-estar e sanidade com lucratividade?
Folador – Temos que estar atentos às novas tecnologias e adequar as granjas com foco na sanidade e bem-estar animal. Isso exige cada vez mais investimentos dos produtores. No entanto, nem sempre as melhorias executadas refletem em preços mais remuneradores. A tecnologia ajuda o suinocultor a alcançar a máxima eficiência e potencial do seu plantel, reduzir custos e assim elevar os lucros. Manter a sanidade em todas as etapas é um desafio constante. Não podemos vacilar em nenhum momento. A dedicação e o cuidado são os diferenciais.
Considerações finais
Folador – Aos 46 anos, queremos continuar o trabalho de representar os interesses do setor junto aos órgãos públicos. Modernizar o trabalho, demonstrar a importância da existência da Acsurs, estudar formas de renovar e pensar quem assumirá a entidade no futuro são metas. Avançamos muito com a Lei da Integração, mas ainda existem detalhes a serem ajustados para mantermos a viabilidade econômica das propriedades. Temos o desafio de sermos cada vez mais ágeis e nos profissionalizar. Trabalhar para que o produtor consiga se adequar às exigências de bem-estar, ter suporte para manter a sanidade e assim conseguir entregar um produto cada vez mais saudável ao mercado interno e externo.