Melancia está graúda e saborosa

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Melancia está graúda e saborosa

Após três safras com prejuízos, o clima favorável e a boa cotação – R$ 1 o quilo – trazem otimismo aos produtores. Estado mantém maior área do país

Melancia está graúda e saborosa
Vale do Taquari

O produtor Marcelo Eckhardt, de Nova Santa Cruz, Santa Clara do Sul, está satisfeito com a safra de melancia. As boas condições meteorológicas, chuvas regulares e dias de temperaturas mais amenas, aliadas ao sistema de irrigação e manejo adequado, garantem um bom desenvolvimento das frutas. “Será uma colheita excepcional”, resume.

São cinco mil pés das variedades manchester, barhan e top gun em pouco mais de um hectare. As primeiras frutas devem ser retiradas na próxima semana e vendidas nas duas feiras do produtor que participa, no centro de Santa Clara do Sul e em Lajeado.

Como diferencial, destaca o cultivo orgânico. A propriedade passou pelo processo de certificação pelo sistema participativo da Rede Ecovida. “Além da nossa saúde, me importo com quem vai comprar. Sem dúvida o fato de ser um alimento livre de agrotóxicos terá um valor maior”, diz.

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No ano passado cada unidade foi vendida entre R$ 10 e R$ 20, dependendo do peso e da época. Outro investimento fundamental para obter boa produtividade é a irrigação por gotejamento. “É uma planta exigente em água. Mas devemos saber dosar, pois isso determina a doçura da fruta”, opina.

Para evitar que as melancias sejam queimadas pelo sol, todas foram cobertas com papel. Eckhardt ainda mantém 5,5 mil mudas de morangos em produção, cujo rendimento por semana alcança 80 quilos, entre outros hortigranjeiros.

Produção no RS

Hora de fazer caixa

Conforme o engenheiro agrônomo Arnaldo Tiecker Junior, da Emater de Triunfo, terceiro município maior produtor do estado, esta será a melhor safra dos últimos três anos.

As colheitas passadas, diz, foram afetadas pelo excesso de umidade. “Tivemos doenças fúngicas e radiculares, apodrecimento das plantas e consequente queda na produtividade. Este ano chove um dia e no outro temos sol. É o ideal para a cultura”, comenta.

A estimativa é de colher até 30 toneladas por hectare neste ciclo, dez a mais do que na safra anterior. A série de problemas e valor baixo pago pelo quilo deixaram muitos produtores endividados. “Com o quilo cotado em R$ 1, é hora de fazer caixa”, afirma.

A maior parte das frutas é vendida para Ceasa de onde segue para várias partes do país. Outro montante é comercializado para mercados e diretamente a beira das rodovias. Na cidade, são cultivados 1,5 mil hectares por 150 produtores. A safra se estende até março.

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