Presença

Opinião

Ricardo Petter

Ricardo Petter

Músico e professor

Presença

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Oi, gente! Esta semana foi marcada pelo Dia das Crianças. Programações especiais nas escolas, nos cinemas, o comércio se agitou com uma boa data no seu calendário e, claro, num dia especial, o que sempre esperamos: um presente. E qual seria o melhor presente para as crianças? Afinal de contas, a “invenção” dessa data no Brasil (apesar do decreto oficializando 12 de outubro como o Dia das Crianças fora assinado em 1924, pelo então presidente Arthur Bernardes) partiu da iniciativa de empresas, como Estrela e Johnson & Johnson, para alavancar as vendas junto ao público infantil, apenas na década de 1970.
A educação das crianças caracteriza-se por um processo complexo. Mas, independente do contexto e situação, não podemos abrir mão de duas coisas simples: afeto e limites. E, nem uma nem outra, conseguimos adquirir numa loja ou mesmo colocá-las numa bonita caixa com fitas e papel colorido. Então, nesse sentido, o que se torna fundamental para as crianças não é o presente e sim é a PRESENÇA.
Na verdade, o melhor presente é ser presença. “O melhor presente é estar presente!” é uma expressão que se ouve cada vez mais e faz sentido que assim seja, quando pensamos em família e infância. Entretanto, tempo para a família e o ritmo frenético do dia a dia parecem evoluir na proporção inversa: cada vez passamos menos tempo com a família, porque temos mais tarefas, obrigações, compromissos e um universo virtual para curtir, compartilhar e comentar, nos tirando o tempo real que dedicamos aos nossos filhos.
O desejo de poder passar mais tempo (diga-se de passagem, tempo de qualidade) com os nossos filhos tornou-se um dos nossos maiores desafios atualmente, enquanto pais e educadores. Poder observar, escutar, apreciar, curtir e compartilhar o que eles têm para mostrar e dizer. No fundo, sabemos que as crianças não são mais felizes por terem mais brinquedos, tablets ou smartphones, por exemplo. De fato, embora não seja fácil, é simples. Nós, “gente grande”, apenas precisamos zelar pelo ambiente que rodeia a criança, para que ela possa desenvolver-se da forma mais saudável e plena possível.
Mais do que o tempo, a qualidade do tempo irá fazer a diferença não só no “estar” dos menores, como, também, no nosso. E presença corresponde diretamente à influência, participação, acompanhamento, assiduidade, assistência, frequência… Assim, faz-se importante, também, destacar que quando estamos realmente presentes, estamos trilhando a infância COM as crianças, de maneira sensível, responsável e cuidadosa, dosando, da melhor maneira, o sutil equilíbrio do afeto e do limite.
Deixo como sugestão a música Criança, gravada pela Companhia AprendiZ, que tem a “presença” em sua temática. O clipe está publicado no canal do YouTube (www.youtube.com/CompanhiaAprendiZ).

Criança

Quando nasce tão pequena, indefesa e serena.
Mal te cabe sobre os braços e você está a chorar.
Vai crescendo, vai crescendo, aprendendo a caminhar.
E, num instante de magia, o teu nome irá chamar.
Uma parte de ti mesmo, o teu mundo a habitar.
Passam dias, passam dias e você a admirar.
A criança tão bonita na inocência de um olhar…
Chega a hora, chega a hora. Chega a hora de partir.
E o coração em pedaços, não quer admitir.
A criança que um dia nos teus braços se deitou.
Agora vai à vida buscar o que sonhou.
(Fabio Wagner/Ricardo Petter)

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