Oi, pessoal! Hoje vamos falar sobre educação. E, para começar a provocação, trazemos essa polaridade entre inovação e tradição – que nos dias de hoje, nem sempre, são conceitos excludentes. Vivemos numa época marcada fortemente pela transformação, mudanças, rupturas. Valores, princípios e referenciais se modificam de maneira cada vez mais veloz e efêmera.
Nesse atual contexto, muito se fala sobre inovação: tema recorrente nas conversas de empresários e acadêmicos do mundo inteiro. Mas inovar requer projeto e conhecimento. A inovação traz consigo impactos diversos. Inovar é assumir o risco que acompanha as tentativas e seus ajustes. Entretanto, quando se fala em inovar na educação em nosso país, pensar que estamos em pleno crescimento do sistema de ensino é uma grande enganação. Pelo menos é o que nos mostram as notícias dos últimos dias.
Nesta semana, a (OCDE)) lançou o estudo Um olhar sobre a Educação. Ele abrange as 36 economias do mundo, incluindo o Brasil e traz dados que nos obrigam a pensar sobre a educação brasileira. Segundo o levantamento, as deficiências no sistema de ensino brasileiro, que não prepara as novas gerações para as novas técnicas de produção, sustentam o segundo maior nível de desigualdade de renda entre os países estudados.
Somos um dos países com maior número de pessoas sem o diploma de ensino médio. Se no passado o Ensino Médio preparava os estudantes para o ingresso num curso superior ou no mercado de trabalho – oportunizando até uma possibilidade de ascensão social – hoje oferece o mínimo, cada vez menos atraente, eficaz e transformador.
Voltamos à nossa provocação inicial, só que agora com a outra polaridade: tradição. Em muitos meios, principalmente no campo educacional, falar em tradição é quase ofensivo. Ora, a tradição sempre pressupõe um olhar seletivo para o passado, um olhar que discerne aquilo que se deseja preservar daquilo que será esquecido. Uma herança cultural composta de objetos, conhecimentos, saberes, práticas e experiências, de modos de agir e de se comunicar, de princípios e compreensões.
Para fazer educação, não podemos negligenciar a tradição – uma espécie de vínculo com o passado que compartilhamos com outros. Sustentar a tradição torna-se fundamental para a existência de um mundo comum. Para superar a crise no sistema educacional do nosso país, será preciso que inovação e tradição caminhem juntas, sem que uma faça com que a outra se distancie da essência da educação: desenvolver o indivíduo em sua integralidade e mediar sua inserção na sociedade e na cultura.
