Segundo Roloff, um dos maiores desafios dos professores é saber como levar aos estudantes, além do ensino técnico, conhecimento também para a vida.
Além da formação técnica, o que é preciso levar em conta?
Roloff – O conhecimento não pode ser levado apenas para a tecnificação. É preciso, diante destes cenários onde a nossa agropecuária gaúcha e brasileira evolui, que o nosso ensino agrícola também acompanhe este avanço. Mais do que nunca, é fundamental que, além da formação técnica, tenhamos como preceito a formação de cidadãos que possam pensar e utilizar o conhecimento adquirido para a vida, se responsabilizar com o meio ambiente e com o sentido de cooperação e união para um bem maior.
Qual o papel dos professores?
Roloff – Mais do que professores, somos formadores de opinião entre o nosso público, alunos ou as comunidades em que atuamos. São milhares de educadores em 47 escolas agrícolas do RS. Por isso, é preciso estar entre as nossas preocupações o melhor preparo dessas pessoas para os desafios de um campo mais igualitário. Mesmo com as dificuldades vividas por todo o sistema, desde os problemas estruturais do Estado e da falta de recursos para a educação, é nosso papel resistir e não desistir.
E da associação?
Roloff – Nessa atividade quase cinquentenária enquanto entidade, temos como papel provocar esta discussão entre os professores técnicos de ensino agrícola do estado. Principalmente nos últimos dez anos, viemos repensando esses paradigmas de forma a saber como preparar esses cidadãos. Acreditamos que a educação profissional agrícola é estratégica para a conscientização de que o desenvolvimento rural sustentável, que proporciona melhoria na qualidade de vida das populações rurais, é fundamental. Para manter a educação de qualidade em todos os níveis, reconhecemos a necessidade urgente de qualificação continuada dos professores e alunos, de uma readequação curricular à realidade rural e de diretrizes políticas e pedagógicas específicas.
Considerações finais
Roloff – Precisamos ser parte ativa desta história, procurando se autossuperar e vencer as dificuldades do setor. Para isso, acreditamos e defendemos o poder do associativismo, cuja união de esforços, além de agregar uma categoria, gera resultados mais efetivos.