“Os condomínios aliam escala, tecnologia e qualidade”

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“Os condomínios aliam escala, tecnologia e qualidade”

Presidente da Dália Alimentos, de Encantado, Gilberto Piccininni, fala do crescimento da cooperativa ao longo dos 71 anos de fundação. Destaca a importância do modelo associativo para proporcionar rentabilidade e amenizar a falta de mão de obra

“Os condomínios aliam escala, tecnologia e qualidade”
Vale do Taquari

A Cooperativa dos Suinocultores de Encantado (Cosuel), é reconhecida por sua gestão sólida e inovadora.

Pioneira na implantação de modelos associativos de produção, na área de suínos e leite, agora estende sua atuação para o ramo avícola. Para o presidente do Conselho de Administração, Gilberto Piccinini, os condomínios são uma alternativa para alcançar escala, produtividade, elevar a renda dos associados e a qualidade exigida pela indústria e consumidores.

A cooperativa estima investir R$ 95 milhões no projeto. Serão construídos nove condomínios em nove cidades, além de uma fábrica de rações e farinha e frigorífico.

Quais os segredos para manter o crescimento?

Gilberto Piccinini – Todos os investimentos que fizemos nos últimos anos são fruto de um planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo. Os de curto e médio prazo são as ações do ano e as que ultrapassam este exercício. Já os de longo prazo, como o complexo industrial e ampliação dos programas de produção, foram discutidos faz muitos anos e são implementados ao longo do tempo. Independente de momentos de crise, são projetos minuciosamente analisados. É feita a capacidade de pagamento, viabilidade econômica, a real necessidade e interesse que os associados têm em entrar e ou não na atividade. Por meio da nossa organização no quadro social e do planejamento estratégico, que existe faz muitos anos, independente de crise ou não, ela planeja e executa suas ações.

Além do leite e suínos, em breve a cooperativa entrará no mercado de aves. Qual a importância da diversificação dos negócios?

Piccinini – Para uma empresa, e cooperativa como nós somos, é muito importante ter escala. Por isso, há muitos anos, nós definimos o prazo para chegar à capacidade total do frigorífico no abate de suínos e também buscar escala na produção de leite, área na qual investimos em duas plantas industriais. Tivemos um crescimento muito forte. Nosso mix de produtos foi reduzido, para buscar escala e poder fazer negociações melhores junto aos varejistas. A avicultura é mais uma atividade econômica que traz renda aos associados, gera empregos, dilui os custos fixos como um todo. Nossa estrutura de venda que está organizada em todos os estados e inclusive na exportação, terá produtos avícolas para colocar no mercado. Nós sentimos a falta de termos em nosso portfólio carnes e cortes de aves.

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O que mudou a partir dos condomínios e de que forma a cooperativa conseguiu torná-los rentável?

Piccinini – A Dália tem experiência faz mais de 20 anos em condomínios suinícolas, que são as Unidades Produtoras de Leitões. Com base nesse conhecimento, implantamos condomínios leiteiros, aliando com a tecnologia disponível. São projetos-pilotos. Tanto nós da cooperativa como os associados que fazem parte desses modelos ainda estamos aprendendo a lidar com essa nova modalidade. Avançamos muito e estamos contentes. Adquirimos uma experiência muito grande, só possível de alcançar ao investir. Vamos continuar a expansão, e o setor de frangos será todo estruturado de forma associativa. É uma das estratégias da cooperativa para aumentar a escala dos associados, mesmo sendo pequenos produtores e reduzir os custos de logística fixos. Com isso ganhamos rentabilidade, amenizamos a falta de mão de obra e melhoraramos a qualidade de vida.

E os projetos futuros?

Piccinini – Estruturar a produção em produtores independentes, quando tiver mão de obra e área disponíveis, sempre respeitando nossa característica de pequena propriedade familiar. E, quando isso não é possível, tentar organizar em condomínios. Por isso, discutimos junto ao sistema financeiro para que seja reconhecida a figura jurídica desses estabelecimentos e assim se possa ter acesso a linhas de crédito. Assim será possível baixar custos, melhorar a qualidade, contratar profissionais qualificados para acompanhar a atividade para conseguir produzir com escala, alta produtividade e qualidade, exigida pela indústria e o consumidor.

Para saber

A Dália movimenta 4.250 famílias em 132 municípios do RS e emprega 2.350 funcionários. Em 2017 registrou faturamento de R$ 1,1 bilhão. Atua nos segmentos de leite e suínos.

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