O número de roubos e furtos de veículos em Lajeado, Encantado, Estrela, Taquari e Arroio do Meio aumentou em relação aos três primeiros meses do ano passado. Desde janeiro de 2017, foram 113 ocorrências contra 102 de 2016. A quantidade é considerada estável pelos órgãos de segurança. Cercamento eletrônico e câmeras de vigilância são apostas para amenizar os crimes.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) publicou os índices de criminalidade do primeiro trimesttre deste ano. De acordo com a pesquisa, Lajeado concentra mais de 70% dos crimes de furto e roubo de veículos na região. Foram 73 no período. A cidade conta também com a maior frota entre todos os municípios do Vale do Taquari, com 34 mil carros e quase 15 mil motos e motonetas.
Apesar dos dados gerais desfavoráveis, Lajeado registra pequena queda no índice de roubos – quando a vítima, no caso o proprietário do veículo, se encontra no momento da crime. Foram 18 ocorrências em 2017 contra 21 em 2016. Já em relação aos furtos – quando o dono não se encontra –, o número aumentou de 35 para 55.
A média em Lajeado, neste ano, está em 24,3 ocorrências por mês. É a maior nos últimos cinco anos. Em 2012, por exemplo, nos 12 meses do ano, foi de 23,3 furtos e roubos. Em 2013, foi 22,1. No ano de 2014, o município registrou os menores índices, com a média de 18,9. Já em 2015 e 2016, ficou em 21.
Neste ano, Estrela aparece na segunda colocação entre os cinco maiores da região em número de crimes. Foram 13 furtos e sete roubos em 2017, totalizando 20 fatos, conforme os dados da SSP.
Encantado foi a cidade com menor número de ocorrências. Foram apenas quatro em três meses.
“É difícil mapear os locais”
De acordo com o comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Taquari (CRPO-VT), coronel Gleider Cavalli Oliveira, a corporação enfrenta dificuldades no combate a esse tipo de crime em função do pouco efetivo disponível.
“Temos nossos índices criminais e, sempre que focamos em determinado indicador, como homicídios, outros indicadores acabam aumentando. Como é o caso de furtos e roubos de veículos”, comenta.
Para Oliveira, os crimes relacionados a veículos são complexos. As razões para os furtos e roubos são diversas, explica o coronel. “Tem criminoso que rouba apenas para ter como chegar em casa, e logo depois abandona o produto do roubo. Tem aqueles que trocam por droga ou que vendem peças. E como esses crimes ocorrem em locais distintos, é difícil mapeá-los”, complementa.
O chefe do CRPO faz questão também de enaltecer a recuperação de veículos. Foram 89 neste ano. Segundo ele, a maioria é encontrada no mesmo dia ou no dia seguinte ao registro do crime. Entre as operações de destaque, ele cita a prisão de uma quadrilha de São Leopoldo que atuava em Estrela, por meio de dispositivos que bloqueavam sinais de controles e não acionavam os alarmes.

Com uma frota de quase 35 mil carros, Lajeado carece de policiamento para garantir segurança aos proprietários
Mercado paralelo
Oliveira alerta para o mercado paralelo, principalmente relacionado à venda e compra de peças usadas. De acordo com o coronel, é esse um dos principais destinos de todos os veículos furtados ou roubados. “Nosso desafio é rastrear o destino das peças e carros. O grande problema é esse mercado paralelo que ainda abastece esse tipo de crime.”
Segundo o chefe do CRPO, ações conjuntas entre Polícia Civil, Brigada Militar e órgãos do Detran realizam constantes verificações em Centros de Desmanche de Veículos (CDVs), para avaliar a legalidade das peças oferecidas. No entanto, faz questão de ressaltar que já foram verificadas irregularidades também em empresas que implantaram o sistema do Detran.