O Evangelho e a violência atual

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O Evangelho e a violência atual

Como nos portamos nestes dias de extrema violência, rebeliões em presídios, assassinatos fúteis e corrupção generalizada? E diante da mídia que vomita sangue sobre nossas refeições? E qual o seu pensamento sobre o habeas corpus do goleiro Bruno, condenado a…

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Como nos portamos nestes dias de extrema violência, rebeliões em presídios, assassinatos fúteis e corrupção generalizada? E diante da mídia que vomita sangue sobre nossas refeições? E qual o seu pensamento sobre o habeas corpus do goleiro Bruno, condenado a 22 anos de prisão, ou da Suzane Richthofen, que matou os pais e foi condenada há 38 anos?
O primeiro pensamento da imensa maioria é o justiçamento: Que morram com a mesma violência que agiram!
E nos afirmamos cristãos.
No entanto, a lição crística é outra: Não julgueis, a fim de não serdes julgados; porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros. (Mt 7, 1-2).
Por outro lado, o que faria Jesus na atualidade?
Ele consideraria o “marginal” como um doente bem digno de piedade e estender-lhe-ia a mão. É assim que o Mestre tratou da mulher adúltera diante da turba ensandecida e assim tratou aos que O buscaram.
Porém, nós, diante de um simples acidente de trânsito ou da televisão sanguinolenta, não podemos fazer o mesmo porque ainda nos falta a compreensão da lei de causa e efeito, dos atributos de Deus, da função redentora da dor ou do mecanismo das reencarnações com o seu fim evolutivo.
Se tivéssemos compreensão da funcionalidade das Leis Morais (Parte Terceira, de O Livro dos Espíritos), nosso pensamento seria o de desejar que a misericórdia divina estivesse com o “culpado”, pois este é, como também somos, um irmão em luta ascendente. Quem comete qualquer ato contra a vida só o faz porque ainda não alcançou nível evolutivo que lhe permita valorizá-la.
Uma insensatez da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse (…), de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu se visse alguém fazer o que faço? (In O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X, 10)
Freud já alertava que o mal estava em nós quando afirmou: Quanto mais João fala mal de Pedro, mais eu conheço João.
Portanto, o que não pudermos compreender, confiemos na perfeição divina. Em vez de críticas ou condenações, digamos contritos: Que a misericórdia de Deus esteja com todos os envolvidos, sejam agressores ou vítimas…
No Livro dos Espíritos, encontramos: A verdadeira caridade constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao mundo. (…) Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem. (Cap. XI, 14)
Mas o gesto mais sublime de compreensão aos criminosos, que deve ficar como lição, foi o de Jesus, no momento da crucifixão. Diante da turba ensandecida, disse Jesus: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. (Lc 23, 34)
Walmor Santos
Escritor
wseditor@wseditor.com.br

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