Presídio recebe R$ 40 mil para reparos

Vale do Taquari

Presídio recebe R$ 40 mil para reparos

Recurso será usado para aumentar a segurança no complexo carcerário de Lajeado

Presídio recebe R$ 40 mil para reparos
Vale do Taquari

Com verba oriunda da penas pecuniárias da Comarca de Estrela, os presídios feminino e masculino de Lajeado passarão por obras nos próximos meses. O principal objetivo é aumentar a segurança, impedindo fugas e a entrada de drogas, armas e celulares no sistema carcerário.

O recurso foi solicitado no dia 19 de janeiro, quando o Conselho Comunitário de Presídios apresentou um projeto de reformas à Comarca de Estrela. O dinheiro foi liberado ontem no fim da tarde e depositado na conta do conselho.

Presidente do conselho, Miguel Feldens conta que o recém-inaugurado presídio feminino já apresenta problemas na segurança. “Faz dez dias que foi feito um pente-fino e encontramos seis celulares dentro, um local com apenas 16 detentas.”

A situação é a mesma no presídio masculino, com objetos sendo frequentemente arremessados da avenida Benjamin Constant para dentro do prédio. Dessa forma, os presidiários seguem com acesso a drogas, armas e celulares. Feldens espera reduzir o problema após a pequena reforma que deve ser concluída até 19 de junho.

Miguel Feldens acredita que obras ficarão prontas até a segunda semana de junho

Miguel Feldens acredita que obras ficarão prontas até a segunda semana de junho

Estado omisso

O engajamento da comunidade com a questão prisional criou um cenário incomum em Lajeado. Mesmo sem o aporte financeiro do governo estadual, um presídio foi construído e o outro é mantido graças aos recursos das entidades locais.

O juiz da Vara de Execução Criminal, Luís Antônio Abreu Johnson, chama a atenção para a importância da participação da comunidade. “Se não fosse a Alsepro e o Conselho, este presídio (masculino) estaria no chão há muito tempo.”

Feldens vai além ao avaliar a participação estatal na hora de solucionar os problemas carcerários da região. “O Estado se acomoda em função da comunidade ser presente e fazer as coisas. Tenho um pouco de receio disso.”

Um caso emblemático foi a inauguração do Presídio Feminino de Lajeado. Na ocasião, o secretário de Segurança, Cezar Schirmer, não poupou elogios à ação comunitária que possibilitou a construção do local. O governo precisaria comprar equipamentos de segurança para iniciar a ocupação, mas isso acabou sendo feito pela comunidade.

“Está tudo nas costas da comunidade. Construímos um presídio e na hora H eles não tinham dinheiro para os extintores, que nós tivemos de comprar”, lembra Feldens. Nem mesmo a contratação de agentes penitenciários foi ágil, e a ocupação foi feita após decisão judicial do próprio Johnson, que obrigou o Estado a enviar presas ao presídio.

Ao que tudo indica, os investimentos para recuperar a estrutura do presídio masculino serão custeados pela comunidade. A previsão é que, mais uma vez, recursos das penas pecuniárias cubram os custos das reformas.

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