A venda de chocolates anima proprietários de estabelecimentos especializados. A 16 dias da Páscoa, o movimento supera as expectativas. A procura maior é por itens com preços baixos. Por isso, algumas lojas apostam em kits com valores de R$ 5 a R$ 10.
Os ovos ainda são itens com grande procura. “Por mais que as pessoas venham procurar outro produto, acabam optando pelo ovo. É o simbolismo que associa a Páscoa ao ovo e por isso ainda há procura”, afirma o proprietário de uma loja, Luiz Roberto Heissler.
Ele espera um crescimento de 30% nas vendas em relação ao ano passado. “A crise recuou um pouco e estamos vendo a reação do mercado.” Em todo país, os grandes fabricantes de chocolates esperam um incremento de 10% na produção.
No ano passado, o mercado local teve uma queda superior a 10%. Na avaliação da gerente de uma loja de chocolates, Paula Cristina Girardi, neste ano, a data ajudou. “No ano passado, a Páscoa ocorreu no fim do mês, as pessoas já estavam sem dinheiro. Agora é na primeira quinzena e o consumidor ainda tem recursos em mãos.”
Segundo ela, a população ainda está receosa e procura presentear apenas crianças e afilhados. “Nós montamos kits baratos, para atrair o consumidor que pretende gastar pouco.”
Chocolate artesanal
A busca por renda extra estimula as produções caseiras. Em Santa Clara do Sul, Lenise Wolschick, produz pelo segundo ano consecutivo ovos e chocolates para Páscoa. Até agora, tem 50 unidades encomendadas. Ela espera aumentar os pedidos até a semana da Páscoa.
“Tudo começou na brincadeira, vendendo para vizinhos e amigos, e no ano passado foram mais de 200 pedidos. Agora vendo para pessoas do município, moradores de Lajeado e de Cruzeiro do Sul.”
Segundo ela, neste ano, as vendas estão baixas em relação ao ano passado e os consumidores estão investindo menos. “No ano passado, o pessoal comprava ovos de R$ 30 a R$40, hoje querem investir menos, cerca de R$ 20.”
Para atender esse público, ela também oferece chocolates menores e em formatos diferentes. O objetivo é oportunizar que o cliente possa montar uma cesta de acordo com quanto pretende gastar. Os pedidos são entregues em casa, uma comodidade oferecida.
Em Lajeado, Ana Cristina Heck espera produzir cerca de 400 ovos nesta Páscoa. Até agora, 150 unidades foram encomendadas. Neste ano, a novidade são os ovos de colher.
Segundo ela, os consumidores ainda não estão confiantes. “As famílias encomendam uma ou duas unidades. É possível perceber que as pessoas não vão presentear todos os membros da família.”
Em 2016, ela comercializou 290 unidades. Parte desses produtos foi encomenda de empresas para presentear os funcionários. “Neste ano, esse tipo de pedido não ocorreu.”
