Promotoria denuncia 41 por fraude no leite

Vale do Taquari

Promotoria denuncia 41 por fraude no leite

Inquérito foi entregue à Justiça e aponta 19 fatos irregulares na industrialização

Promotoria denuncia 41 por fraude no leite
Vale do Taquari

O resultado da investigação da 12ª Operação Leite Compen$ado foi apresentado na tarde dessa quinta-feira. O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou 41 pessoas por envolvimento na fraude do leite e de derivados.

Pela apuração, houve 19 fatos ilegais, entre os quais a adição de água e solutos para neutralizar a acidez no leite cru, no UHT Integral, creme e para fabricação de queijo. A operação foi desencadeada no dia 14, e prendeu de forma preventiva cinco pessoas. Entre os suspeitos, estão o proprietário da Indústria de Laticínios Rancho Belo, de Travesseiro, o outro empresário do Vale é Evandro Luís Kafer, da A.C Tressoldi Transportes, de Estrela.

Pela denúncia, Eduardo Grave, comprava e fabricava produtos lácteos adulterados. O MPE afirma que ele era o líder da organização criminosa. Também era secretário da Cooperativa de Laticínios Glória (Coolag), em Fazenda Vilanova, cujo presidente era o pai dele. Eduardo era ainda responsável por uma das rotas de produtores da Cooperativa, cujo leite cru era entregue para a Rancho Belo. Os investigadores afirmam que Grave e uma secretária da Coolag, gerenciavam as rotas de captação de leite cru in natura impróprio ao consumo humano.

O empresário da A.C Tressoldi, também é acusado de comercializar e transportava creme de leite industrial impróprio para consumo humano fabricados pela Rancho Belo. O irmão de Evandro também está no rol de denunciados. Para o Ministério Público, ele gerenciava as atividades de produção do laticínio. Uma funcionária da empresa seria responsável por coordenar o controle de qualidade e autorizava o recebimento de mercadoria imprópria. Outras três pessoas ligadas a empresa também aparecem no processo. Dois deles eram motoristas. Apontados por recolher o leite cru e vender as cargas falsificadas para Eduardo Grave.

A 12ª Leite Compen$ado foi coordenada pelo Ministério Público do Estado (MPE), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Estadual e Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Especializada Criminal Mauro Rockenbach, que coordenou a Operação, em conjunto com o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho. Ambos são coordenadores do Gaeco-Núcleo de Segurança Alimentar.

Defesa aguarda processo

O advogado de Eduardo Grave, Ronaldo Eckhardt, aguarda o despacho do juiz para ter acesso aos autos do processo. “Em princípio, não vamos nos manifestar. Ficamos sabendo a pouco (na sexta-feira à tarde) da denúncia.”

No dia da operação, o MPE não encontrou produtos vencidos ou adulterados na sede da empresa. Na tarde dessa quinta-feira, oito laudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com produtos apreendidos durante operação chegou à empresa.

Cada análise avalia itens que vão desde a acidez do leite, a presença de álcool, formaldeído e outros componentes químicos. Todas as amostras estão dentro do preconizado pela legislação.

A reportagem tentou contato com a empresa A.C Tressoldi e com seu representante legal, mas não conseguiu um posicionamento deles até o fim deste edição.

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