Extratos de plantas  surgem como potencial tratamento da leishmaniose

Fala Doutor

Extratos de plantas surgem como potencial tratamento da leishmaniose

Estudos preliminares são realizados com as plantas da família myrtaceae

Extratos de plantas  surgem como potencial tratamento da leishmaniose
Vale do Taquari
oktober-2024

Uma pesquisa iniciada na Univates pode apontar o caminho para o tratamento da leishmaniose. Integrantes do Grupo de Pesquisa de Plantas e Compostos Bioativos (GPPCB) acreditam que a solução pode estar bem próxima, aqui mesmo no estado.

Por meio de estudos preliminares, eles descobriram que algumas plantas do gênero eugenia (família myrtaceae), o mesmo da pitanga, têm componentes que podem ser eficazes no estágio inicial da doença, atuando sobre o protozoário leishmania, transmitido aos humanos por meio do mosquito-palha.

O estudo realizado pela professora Carla Kauffmann foi apresentado em sua tese de doutorado, sob orientação de Eduardo Miranda Ethur e coorientação da professora Simone Cristina Baggio Gnoatto, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Univates.

Agora serve como base para análises mais aprofundadas, feitas em conjunto com o Laboratório de Bioquímica de Tripanossomatídeos do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro.

“A princípio tínhamos o objetivo de estudar as possíveis atividades biológicas desses extratos. Mas através das pesquisas descobrimos que elas poderiam ter efeito sobre o microrganismo. A partir de agora vamos avançar, para verificar os efeitos sobre a doença em si”, comenta Ethur.

O mecanismo de ação das plantas, ou seja, os motivos pelos quais elas atuam contra a leishmaniose ainda não foi descoberto. Ethur ressalta que esse é um processo lento, que depende de anos de trabalho e um montante expressivo de recursos financeiros.

“Para criar um medicamento, de fato, há uma caminhada muito grande. Normalmente, cerca de 30 anos. Mas o que já temos até agora é bastante promissor.” Além da Fiocruz, a Ufrgs também auxilia o grupo de pesquisa no estudo.

Leishmaniose

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma Doença Tropical Negligenciada (DTN), a leishmaniose sofre com a precariedade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de fármacos e vacinas.

Apesar dos programas governamentais de controle, nos últimos 20 anos, foi registrado um aumento no número de casos no Brasil, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte.

Dois casos de leishmaniose visceral foram registrados em Porto Alegre (setembro de 2016 e março de 2017). Dados da OMS, de 2016, indicam que cerca de 1,3 milhão de pessoas atingidas pela doença por ano.

Em Lajeado, não há identificação da presença do mosquito palha, nem notificação de caso de leishmaniose humana.

Transmissão

A leishmaniose é causada pelo protozoário leishmania, sendo transmitida pela picada de fêmeas do mosquito palha.

O parasita ataca o sistema imunológico e, meses após a infecção inicial, a doença pode evoluir para uma forma visceral mais grave, quase sempre fatal se não for tratada.

Sintomas

• A leishmaniose pode se apresentar de diferentes formas: visceral, cutânea ou mucocutânea.

• A leishmaniose visceral ou calazar é causada por parasitas das espécies L. donovani ou L. infantum.. A infecção pode ser fatal quando não tratada e apresenta como sintomas: febre, emagrecimento, diarreia, tosse, hepatoesplenomegalia, micropoliadenomegalias e pancitopenia.

• A leishmaniose cutânea se caracteriza por lesões que podem ocorrer em qualquer parte do corpo, porém, frequentemente se originam no local da inoculação, como uma mácula, que se transforma em uma úlcera e pode evoluir para uma lesão nodular. As espécies frequentemente relacionadas aos casos de leishmaniose cutânea são L. braziliensis, L. guyanensis, L. braziliensis e L. Amazonensis.

• A leishmaniose mucocutânea caracteriza-se por suas ulcerações que atingem tanto a pele quanto mucosas, podendo provocar lesões deformantes, sendo comumente provocada por L. braziliensis.

Tratamento

É específico para cada tipo da doença.

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