Codevat quer evitar mais um pedágio em trecho da BR no Vale

Estado

Codevat quer evitar mais um pedágio em trecho da BR no Vale

Praça entre Soledade e Tio Hugo desagrada líderes do Alto Botucaraí

Codevat quer evitar mais um pedágio em trecho da BR no Vale
Vale do Taquari

Uma comitiva da região esteve em Soledade nessa sexta-feira para debater o plano de concessão de rodovias federais. A quarta audiência pública da ANTT serviu para líderes do Vale do Alto Botucaraí reforçarem o pedido por uma distância mínima de 100 quilômetros entre as praças de pedágios. Com isso, o ponto de cobrança poderia ser realocado ao Vale do Taquari.

O encontro foi no Centro Cultural de Soledade. Cerca de 350 pessoas estavam presentes, entre prefeitos, vereadores, deputados estaduais e comunidade local. Assim como em Porto Alegre, Brasília e Lajeado, assessores da agência nacional de transportes expuseram detalhes da minuta do edital de licitação, que prevê a concessão de 260 quilômetros da BR-386.

Presente na reunião dessa sexta-feira, Cintia Agostini, presidente do Codevat, reforça a necessidade de impedir a implantação de uma segunda praça de pedágio no Vale do Taquari. Por ora, a minuta do edital prevê só um ponto em Fazenda Vilanova. Mas, com a reivindicação dos moradores de Soledade, que não querem cobrança naquele município, a União sinaliza com mudanças.

“O Corede do Alto do Botucaraí entregou uma carta sugerindo redimensionar as praças e colocar uma a cada 100 quilômetros. É uma sugestão”, informa. Cintia acrescenta ainda que a solicitação feita pela região de Soledade e Tio Hugo é “legítima”. “No entanto, essa praça não pode ser mais uma deslocada para a nossa região, onde já existem três praças de pedágio estaduais.”

Em ofício encaminhado à ANTT, assinado por Codevat, Amvat, Avat e CIC-Vale do Taquari, os representantes locais reiteram que o modelo de pedagiamento proposto é inadequado. “Não vamos admitir que a região, já prejudicada por pedágios estaduais, seja cercada, diferente de outras regiões do estado. Essa perspectiva causa a perda de competitividade regional”, escrevem os líderes regionais.

Já sobre o evento dessa sexta-feira, Cintia afirma que a reunião foi “mais tranquila” em relação ao encontro realizado na quinta-feira, no Teatro da Univates, em Lajeado. Segundo a presidente do Codevat, a ANTT “não apresentou nada de novo”.

Abaixo-assinado contra pedágios

O Diretório Central de Estudantes (DCE) da Univates também se manifesta contrário ao projeto de concessão de rodovias no estado. Os dirigentes produzem um abaixo-assinado para ser entregue aos representantes da ANTT, a agência do governo federal responsável pela elaboração dos estudos técnicos e financeiros, bem como pela minuta do edital de licitação.

Até a tarde dessa sexta-feira, o documento do DCE contava com 19 folhas de assinaturas. No total, estimam os estudantes, cerca de 800 pessoas já assinaram o requerimento contrário à instalação de praças de pedágios no Vale do Taquari. Além disso, alguns alunos e membros do diretório levaram outros documentos para residências e empresas, a fim de angariar mais apoio.

Em Carazinho, pista simples expõe risco. ANTT admite rever prazo para duplicação

Em Carazinho, pista simples expõe risco. ANTT admite rever prazo para duplicação

Mais duas audiências públicas

A ANTT confirma a realização de outras duas audiências públicas no RS e em Santa Catarina. Com isso, serão seis encontros desde a apresentação da minuta do edital, no início de fevereiro. A próxima reunião ocorre nesta quarta, 22, entre 14h e 18h, no Clube Riograndense, em Montenegro. Já no dia 24, o debate será na cidade catarinense de São João do Sul.

Detalhe da concessão

A ANTT projeta conceder trechos da BR-101/SC, do km 455,9 até a divisa SC/RS; da BR-101/RS, entre a divisa SC/RS até o entroncamento com a BR-290 (Osório); da BR-290/RS, no entroncamento com a BR-101 (A) (Osório) até o km 98; da BR-386, no entroncamento com a BR-285/377 até a BR-448; e da BR-448, até o entroncamento com a BR-116/290.

São 467,7 quilômetros de extensão. O plano consiste na exploração por 30 anos da infraestrutura e projeta cerca de R$ 7,9 bilhões em investimentos – quase R$ 3 bilhões só na BR-386 – e R$ 5,31 bilhões em custos operacionais. Esses valores foram projetados em março de 2015, data-base dos estudos, e precisam ser reavaliados.

A proposta para o Programa de Exploração da Rodovia (PER) é que sejam implantados 22 quilômetros de vias marginais; 60 melhorias em acesso; 58 dispositivos, sendo 11 interconexões diamante, duas interconexões diamante invertidas, quatro interconexões trombeta, seis interconexões Parclo, 24 retornos em nível, seis meios-retornos em nível e cinco trevos completos; além da implantação de 27 passarelas.

Na BR-386, estão previstas quatro praças de pedágio: Montenegro, Fazenda Vilanova, Soledade e Tio Hugo. O contrato prevê duplicação do trecho de 160 quilômetros entre Lajeado e Carazinho, e multifaixas em 54 quilômetros entre Tabaí e Canoas. Já os preços das tarifas podem chegar a até R$ 11 iniciais, com previsão de reajuste já no primeiro ano de contrato.

Acompanhe
nossas
redes sociais