Agricultores protestam contra reforma

Vales do Taquari e Rio Pardo

Agricultores protestam contra reforma

Manifesto ocorre no dia 21, em Santa Cruz do Sul. Mudanças podem afetar economia

Agricultores protestam contra reforma
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Entidades representativas dos agricultores seguem mobilizadas contra a reforma da Previdência Social. Caso as novas regras sejam aprovadas, os produtores só poderão se aposentar aos 65 anos e terão de contribuir com alíquota individual e obrigatória.

Hoje a idade mínima para se aposentar nessa categoria é de 55/60 anos (mulher/homem) e 15 anos de contribuição. Hoje, o repasse à Previdência se dá pela cobrança de 2,1% sobre o valor bruto da comercialização da produção. Com isso, o governo arrecada cerca de R$ 7,1 bilhões ao ano.

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Estrela, Rogério Heemann, agricultores e líderes de toda região organizam um protesto para o dia 21 de fevereiro, em Santa Cruz do Sul. “Vamos cobrar dos vereadores e deputados o apoio para rejeitar a proposta do governo.”

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Conforme Heemann, devem ser colocados outdoors e placas nas rodovias de todo RS, indicando os nomes dos parlamentares que votarem a favor e contra a matéria. A intenção é mostrar quais os deputados que defendem a categoria.

Em dezembro, outros dois protestos ocorreram na região. Um em Lajeado e outro em Estrela, com a participação de 600 agricultores. O coordenador regional dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR), Luciano Carminatti, reconhece a necessidade de executar a reforma, no entanto cobra medidas adaptadas à realidade da categoria.
Na região, existem em torno de 30 mil aposentados rurais, cuja movimentação financeira mensal chega a R$ 8 milhões. Além de prejudicar a economia de vários municípios, Carminatti teme pelo aumento do êxodo rural.

Déficit é mentira

O presidente do STR de Lajeado, Lauro Baum, é contrário às reformas sugeridas. Segundo ele, a elevação da idade para acessar o benefício em alguns estados supera a expectativa de vida. “Tira a dignidade e a vontade de lutar por um futuro mais tranquilo, pois as pessoas sabem que precisarão trabalhar até morrer.”

Critica o déficit divulgado pelo governo federal. De acordo com os dados da Auditoria Fiscal da Receita Federal, em 2015, a soma de todas as despesas para a seguridade social foi de R$ 683 bilhões. Enquanto isso, a soma das receitas foi de R$ 694 bilhões para o mesmo período. Um saldo positivo de R$ 11 bilhões. “Os recursos são desviados e aplicados em outras áreas.”

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