Restrição no crédito  beneficia consumidores

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Restrição no crédito beneficia consumidores

Cartão de crédito passa a ter rotativo limitado

Restrição no crédito  beneficia consumidores
Brasil

O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou na quinta-feira, 26, a restrição do uso do rotativo do cartão de crédito. Com isso, os usuários deverão quitar os débitos com o banco dentro de 30 dias, não podendo utilizar indefinidamente essa modalidade. A medida começa a valer a partir do dia 3 de abril.

De acordo com ela, após um mês, o dono do cartão deverá quitar todos os débitos do cartão. A proposta é que, caso não tenha como pagar os valores à vista, o banco ofereça formas de parcelamento. Entretanto, as instituições financeiras não são obrigadas a isso.

Para o professor de Administração da Univates, Marlon Dalmoro, a mudança tem diferentes consequências.  “Por um lado isso reduz o consumo, pois diminui o poder de compra. Por outro, do ponto de vista da economia, isso gera um impacto negativo no comércio.”

Dalmoro pondera que o resultado de momento pode ser de estagnação econômica. “No momento em que a economia está estagnada e precisa de um impulso, isso acaba prejudicando.” Apesar disso, o professor considera a proposta do CMN positiva a longo prazo. “A intenção é reduzir o endividamento do consumidor, e isso pode ter um efeito positivo, pois com o tempo ele terá menos dívidas e poderá comprar mais.”

De acordo com ele, o mais beneficiado com a restrição é o próprio usuário do cartão de crédito. “É uma ação mais favorável para o consumidor, por ser uma ferramenta que o obriga a tomar atitudes mais conscientes. Qualquer ação nesse sentido é positiva.”

Juros altos

O uso indiscriminado do cartão de crédito é apontado como o principal responsável pelo endividamento das famílias brasileiras. Dalmoro considera o recurso positivo, mas alerta para o cuidado na hora de usar. “O cartão de crédito é uma ferramenta muito útil, mas perigosa. Quem não souber usar pode se endividar, pelo pagamento de juros que são os maiores do mundo.”

Segundo ele, a redução dos juros depende da decisão das instituições privadas e o governo tem pouco a fazer a respeito. “O governo restringe o rotativo porque é onde ele tem controle, a redução dos juros depende dos bancos.” O trabalho possível é mexer na taxa básica de juros, ação anunciada nesta semana. “O mecanismo, que já está sendo utilizado, e reduzir a Selic. Isso faz com que outras taxas do mercado baixem.”

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