Em meio a surto, vigilância interdita salas de vacinas

Vale do Taquari

Em meio a surto, vigilância interdita salas de vacinas

Número crescente de casos de febre amarela alerta o país

Em meio a surto, vigilância interdita salas de vacinas
Vale do Taquari

A vacinação contra a febre amarela volta a ser recomendada para a população regional. Desde 2009, durante um dos surtos mais intensos no RS, o Vale passou a fazer parte da área de risco. Vigilância Sanitária interditou três salas de vacinação nas últimas semanas.

Com a expansão do vírus, na Região Sudeste do país, a vacinação pode ser indicada para todo o território nacional. Os casos registrados até agora são da febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos haemagogus e sabethes.  A enfermidade é menos comum do que a dengue, mas tem maior taxa de mortalidade.

O principal temor é em relação à febre amarela urbana, mesmo não tendo notificações da doença no Brasil desde 1942.

Na avaliação da equipe de Vigilância Sanitária da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), o combate ao aedes aegypti também é um mecanismo de prevenção da febre amarela urbana.

A médica-veterinária da Vigilância, Flávia Bavaresco, endossa que a maior preocupação é em relação à silvestre. “A atenção é maior nos municípios com presença de bugios”.

As vacinas são encaminhadas todos os meses pelo Ministério da Saúde aos postos de saúde da região. Porém, a falta de condições de armazenamento preocupa a equipe epidemiológica. Conforme a coordenadora do setor, Érika Ribeiro, três municípios tiveram as salas de vacinas interditadas.

Nos espaços, usavam geladeiras domésticas para acondicionar as vacinas. Além disso, faltava higiene e havia alta rotatividade de funcionários nos setores. Os lugares não tinham nobreak, para garantir a conservação em caso de falta de energia.

Érika cobra melhorias nos locais de armazenamento das vacinas e alerta: “elas perdem o efeito se estiverem em ambientes com temperatura abaixo de 2ºC ou acima de 8ºC.”

Vacinação

O Ministério da Saúde recomenda a vacina, em especial, às pessoas que residem ou viajam para regiões silvestres, rurais ou de mata. Nesses locais, é comum encontrar macacos do tipo bugio. No RS, apenas o extremo sul e parte do litoral estão fora das áreas de risco.

Alerta no RS

Na segunda-feira, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu recomendações aos municípios gaúchos. Em 2009, foram registrados nove casos no estado.

Na época, com a morte de bugios em municípios da região central, em Soledade e Santa Cruz do Sul, a área de imunização foi ampliada e incluiu o Vale do Taquari.

Entre as medidas de controle, está o alerta às vigilâncias ambientais dos municípios para que informem o aparecimento de macacos mortos. “Essas ocorrências precisam ser investigadas, pois podem indicar que o vírus está circulando em determinada região.”

Surto no sudeste

Em Minas Gerais, apenas neste início de ano, há 152 casos suspeitos de febre amarela. Já morreram 47 pessoas infectadas.
São Paulo também registrou a doença, de origem silvestre, no ano passado.

Preste Atenção

Letalidade

• A taxa de mortalidade varia de 15% a 45% dos casos. A doença pode matar em uma semana, se não for tratada.

Quem pode ser vacinado

• A vacina está disponível nos postos de saúde para as pessoas a partir dos 9 meses de idade.

• Dos 6 aos 9 meses é recomendado apenas em situações de surto ou viagem para locais de risco.

• Em virtude dos efeitos colaterais, as pessoas com 60 anos ou mais que nunca se vacinaram devem procurar um médico.

• A vacinação não é indicada para gestantes e lactantes. Um médico deve avaliar os riscos.

Duração da vacina

• A primeira dose imuniza o indivíduo por dez anos. Quem receber a segunda dose está protegido durante toda a vida.

Acompanhe
nossas
redes sociais