Instituto aguarda resultado da perícia

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Instituto aguarda resultado da perícia

Entrega do relatório de inspeção do centro oftalmológico ocorre nos próximos dias

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A 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) ainda não foi informada sobre os resultados da última inspeção realizada pela equipe técnica do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs) nos dois blocos cirúrgicos do Instituto de Oftalmologia. Os resultados da vistoria estavam previstos para a semana passada. No entanto, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), chegam só nos próximos dias.

De acordo com o chefe da 16ª, Ramon Zuchetti, foram avaliadas as instalações da sala de esterilização e recuperação, e parte da estrutura funcional do prédio. Os blocos cirúrgicos estão fechados desde 2015, após intervenção do Ministério Público (MP).

“Um relatório preliminar nos foi enviado, mas foram solicitadas novas alterações. E eu não recebi a íntegra desse diagnóstico. Estávamos aguardando para hoje (sexta-feira)”, comenta o coordenador. Ainda de acordo com Zuchetti, a previsão da Sesa e das CEVs é reabrir o local até o início de fevereiro.

Hoje, cerca de duas mil pessoas de 37 municípios da região da 16ª CRS aguardam por cirurgias no instituto. “A grande maioria aguarda por procedimentos contra a catarata. Outras pequenas intervenções não foram suspensas pela vigilância”, informa Zuchetti.

Sobre a demora na entrega do diagnóstico, a Sesa encaminhou nota oficial afirmando que “o relatório da última inspeção está sendo concluído e deve ser entregue aos diretores da entidade nos próximos dias. Por uma questão de fluxo de informação, não podemos neste momento divulgar o resultado sem antes dar ciência do conteúdo à direção do centro.”

Erro atrasa em 90 dias a obra

Zuchetti lamenta alguns equívocos cometidos durante o processo de reestruturação do instituto. Segundo o chefe da 16ª CRS, problemas na instalação dos aparelhos de ar-condicionado geraram um atraso de 90 dias nas obras de melhorias.

“Essa pendência no sistema de climatização atrasou demais os serviços. Foram perdidos pelo menos 90 dias para refazer o projeto inicial. Isso porque a canalização interna dos aparelhos ficara exposta no bloco cirúrgico. Foi necessário, então, um novo projeto.”

O coordenador explica que esse equívoco foi detectado em agosto do ano passado, e os problemas já foram resolvidos pela empresa contratada pelo Consisa. “Poderia ser uma fonte de contaminação.” Além disso, ele confirma a instalação de uma farmácia interna no bloco cirúrgico, e mudanças nos acessos e saídas, e na situação do depósito de material de limpeza.

Relembre o caso

O bloco cirúrgico e o centro de esterilização de materiais do Instituto de Oftalmologia de Encantado estão interditados desde dezembro de 2015. Após série de denúncias, que culminaram na abertura de inquérito pelo MP, a Vigilância Sanitária apurou falhas nos processos de trabalho e esterilização, nos prontuários médicos, e ainda percebeu falta de insumos para higienização das mãos.

Também foram diagnosticados diversos medicamentos oftalmológicos abertos, sem rótulo e fora do prazo de validade. Havia remédios e anestésicos armazenados junto aos alimentos no refrigerador, e lixeiras sem tampa. Baratas, teias de aranha e infiltrações em alguns ambientes chamaram a atenção da equipe.

Ao menos 21 pessoas perderam a visão de um olho após cirurgias de catarata realizadas nos blocos cirúrgicos. Conforme investigações do MP e da Polícia Civil, as vítimas foram contaminadas por bactérias em cirurgias realizadas entre outubro de 2014 e agosto de 2015.

Todos os pacientes fazem parte de uma ação judicial movida pelo MP. Seis profissionais e diretores da instituição foram denunciados. Outra ação civil pública – também do MP – busca indenização por danos morais, materiais e estéticos a 16 pacientes que ficaram cegos de um olho. A PC apresentou inquérito criminal contra oito pessoas por lesão corporal grave.

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