Hospitais oferecem 61 vagas a mais no SUS

Vale do Taquari

Hospitais oferecem 61 vagas a mais no SUS

Mesmo com a escassez de recursos, instituições da região mantêm oferta de leitos

Hospitais oferecem 61 vagas a mais no SUS
Vale do Taquari
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Contrariando o cenário estadual, a rede hospitalar do Vale do Taquari não reduziu o atendimento na rede pública de saúde. Dos 1,15 mil leitos disponíveis na região, 863, ou 75%, pertencem ao SUS. Enquanto isso, o RS perdeu 474 leitos desde 2015. O número é um pouco maior do que registrado em 2014, quando eram ofertadas 1,13 mil vagas, das quais 802 para usuários do sistema público.

Na avaliação do coordenador da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Ramon Zuchetti, a continuidade do atendimento da região se dá em razão do envolvimento das administrações municipais. “Os municípios destinam verbas para os hospitais, impedindo assim que eles sejam fechados e se reduza a oferta de leitos.”

Mesmo com os resultados positivos, levando em conta a situação geral do estado, Zuchetti lembra das dificuldades financeiras das instituições de saúde. “Além da redução de recursos do governo estadual, a tabela de repasses do SUS está defasada faz anos”, destaca.

Para suprir essa defasagem, o governo Tarso Genro criou o incentivo hospitalar, que garantia a manutenção dos hospitais do RS. O benefício tinha tempo limitado e com a chegada da gestão José Ivo Sartori não foi renovado. O governo culpa a crise das finanças do Estado para não retomar o incentivo.

foto vagas sus“Os hospitais estão sangrando”

A manutenção dos leitos nos últimos dois anos não significa que a região esteja imune à crise. Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS e diretor financeiro do Hospital Ouro Branco (HOB) de Teutônia, André Lagemann, lamenta o fechamento de instituições na última década. “Nos últimos 12 anos, perdemos três hospitais apenas aqui na microrregião de atendimento do HOB.”

Lagemann ressalta ainda os problemas enfrentados pelas administrações hospitalares. “Os recursos dos programas de incentivo estão atrasados, em Estrela, a administração precisou recorrer a um empréstimo para quitar o 13º.” O dirigente cobra uma atitude do governo estadual para minimizar os problemas. “Estamos fazendo a nossa parte, enquanto o Estado não. Os hospitais estão sangrando, e eles deveriam atender quem sangra.”

Assim como o coordenador da 16ª CRS, Lagemann credita ao apoio comunitário a continuidade do atendimento na região. Segundo ele, a presença de congregações religiosas e a adoção de um modelo associativista têm sido fundamentais para que a população continue sendo atendida.

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