Legislativo gasta R$ 10,2 mil para comprar “café gourmet”

Lajeado

Legislativo gasta R$ 10,2 mil para comprar “café gourmet”

Pregão estipula mais R$ 9,7 mil para compra de leite em pó e achocolatado

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Legislativo gasta R$ 10,2 mil para comprar “café gourmet”
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A instalação de uma máquina automática para produção de café na sede do Legislativo lajeadense vai custar quase R$ 20 mil aos cofres da prefeitura em 2016.

Alugada no ano passado, por um custo mensal acordado em R$ 200 com empresa terceirizada, o aparelho funciona com pacotes especiais de café “gourmet”, leite em pó e achocolatado para uso dos servidores.

O pregão presencial para compra de 550 quilos dos produtos ocorre no dia 24. Já o contrato de aluguel da máquina foi firmado em 2015 com a empresa Café Qualitá.

Ao contrário das demais repartições, os servidores da câmara têm à disposição um vasto menu de escolhas. Café forte, café fraco, café com leite, capuccino e chocolate quente são algumas bebidas disponíveis na máquina. Antes disso, cada um dos 17 espaços e gabinetes era abastecido, pelo menos duas vezes por dia, com garrafas térmicas de café preto.

Pelo edital do pregão presencial lançado pela administração municipal, está prevista para 2016 a compra de 300 pacotes de café solúvel “gourmet” com 500 gramas, e cujo valor referência previsto pelo Setor de Compras é de R$ 34,40. No total, serão R$ 10,3 mil só nesse lote.

O mesmo pregão prevê ainda a compra de 200 pacotes de leite em pó de um quilo, sem açúcar, a um custo individual orçado em R$ 25,40, totalizando R$ 5 mil. Por fim, o edital estima em R$ 23,50 o valor referência de cada um dos 200 pacotes de chocolate com leite encomendados pelos vereadores. Para isso, serão gastos outros R$ 4,7 mil em 2016.

De acordo com o diretora da câmara e fiscal do contrato, Cláudia Ely, as quantidades solicitadas no pregão podem ser utilizadas durante todo o ano. No entanto, explica ela, nada garante que todo esse montante seja, efetivamente, comprado junto à empresa. “Vamos solicitando na medida em que o produto acaba. É possível que não seja necessário utilizar tudo que for contratado”, avisa.

“A máquina gerou economia”

Presidente da câmara de vereadores em 2015, e responsável pelo aluguel da máquina de café “gourmet”, Carlos Ranzi (PMDB) defende a medida que, segundo ele, gerou economia ao município. “Antes, eram necessárias duas servidoras com salários de R$ 2,6 mil só para preparar o café dos 17 gabinetes. Com a máquina, diminuíram em 50% os gastos, pois uma delas voltou para a sede do Executivo.”

Ainda de acordo com Ranzi, a alteração da modalidade de fornecimento de café para as salas e gabinetes de vereadores ocorreu em setembro. Além do salário da servidora que voltou para a prefeitura, o vereador cita a geração de economia com a diminuição do uso de gás e açúcar. “Trocávamos de 15 em 15 dias o botijão de gás.” Ele comenta ainda que parte do produto não era consumida e acabava sendo jogada fora.

Apesar de enaltecer a medida, Ranzi cita a importância de gerar ainda mais economia em relação ao cafezinho dos vereadores. Para ele, não haveria problema em cortar por completo o benefício pago pelos contribuintes. No entanto, esclarece que tal decisão depende da maioria dos parlamentares e assessores.

Cafezinho no governo federal

Um levantamento realizado pela ONG Contas Abertas mostra que o governo federal pode gastar R$ 81,4 milhões em 2016 só com cafezinho em todos os ministérios e também na Presidência da República. Segundo o estudo, esse valor é referente a 33 contratos vigentes, e estaria acima do orçamento previsto para a Secretaria da Políticas de Promoção da Igualdade Racial e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

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