Servidores da Susepe cortam serviços

Vale do Taquari

Servidores da Susepe cortam serviços

Falta de efetivo e parcelamento dos salários motivam protesto de agentes penitenciários

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O parcelamento de salários determinado pelo governo do Estado motivou redução nas atividades dos agentes penitenciários. A operação padrão foi convocada pelo sindicato da categoria (Amapergs) e iniciou ontem nos presídios gaúchos.

Além de exigir a quitação da folha de pagamento, a entidade também critica a falta de efetivo e de verbas para situações cotidianas, como o abastecimento de viaturas. O sindicato também encaminha ao Judiciário o pedido de interdição de presídios superlotados.

De acordo com o chefe de segurança do Presídio Estadual de Lajeado, Éberson Cesar Bonet, os agentes arriscam a vida e acumulam tarefas devido ao efetivo reduzido e à superlotação.
Segundo ele, a penitenciária tem 541 presos, 350 deles no regime fechado, no local com capacidade para abrigar 128 pessoas.

“Na escala, somos entre sete ou oito agentes por dia para controlar todos os detentos e mais quatro ou cinco para serviços administrativos”, relata. Diz ainda que a segurança dos agentes fica em risco nos horários de saída e entrada dos presos do regime semiaberto.

Conforme Bonet, toda vez que um preso é convocado para audiência ou necessita atendimento médico, servidores precisam ser deslocados.  De acordo com a Amapergs, das 130 audiências marcadas para ontem em todo o RS, apenas 36 foram realizadas. O sindicato cobra o cumprimento da recomendação de manter dois agentes para cada detento em transferências e deslocamentos. Hoje, a média chega a um para cada cinco presos.

Pequenos gastos

O chefe da segurança diz ainda que os agentes desembolsam dinheiro próprio para substituir cadeados estragados e para outros reparos devido à falta de verbas. Até mesmo o abastecimento das viaturas estaria prejudicado.

“O cartão para gasolina está constantemente bloqueado. Toda vez que vamos ao posto, temos que confirmar o saldo para evitar constrangimentos”, alega. Conforme Bonet, a situação que já era difícil se tornou insustentável a partir do parcelamento dos salários.

“Temos nossas vidas do lado de fora, contas a pagar e famílias para sustentar”, ressalta. Para ele, o governo erra ao prejudicar apenas os servidores do Executivo, enquanto funcionários do Legislativo e do Judiciário continuam com os vencimentos e verbas em dia.

Operação padrão

A redução nas atividades dos agentes prisionais será mantida até o dia 15, data na qual está prevista a quitação da folha de pagamento do Executivo. Conforme a Amapergs, as transferências de presos e os serviços realizados por detentos para empresas externas serão reduzidos ou até suspensos.
As ações de rotina, como alimentação, idas ao pátio, visitações e atendimento hospitalar serão mantidas. Atividades técnicas, administrativas e escoltas só serão realizadas se houver garantia de segurança aos servidores.

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