Reajuste da arroba de tabaco chega a 12%

Vales do Taquari e Rio Pardo

Reajuste da arroba de tabaco chega a 12%

Com oferta menor, produtores estocam produto no galpão à espera de melhor preço

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Reajuste da arroba de tabaco chega a 12%
Estado
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Segundo levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), apenas 10% da safra já foi vendida. Paulo Vicente Ogliari, gerente técnico, estima uma perda superior a 20% neste ciclo devido à ocorrência de granizo (37 mil notificações entre agosto e dezembro) e excesso de umidade nas lavouras na Região Sul devido ao El Niño.

Com menos oferta, projeta-se um aumento no valor pago pela arroba, mesmo não havendo acordo sobre o percentual entre a Comissão Representativa dos Fumicultores e as empresas fumageiras.

Se por um lado as entidades estavam dispostas a reduzir o percentual de reajuste solicitado, de 17,7% para 12,8%, para garantir a assinatura do protocolo, por outro, nenhuma das empresas recebidas alcançou esse patamar. A última reunião ocorreu na quinta-feira passada em Santa Cruz do Sul. Isso inviabilizou um acordo e a assinatura do protocolo.

No entanto, quem vendeu registra boa remuneração. O percentual de aumento da arroba, comparado com o clico passado, chega a 12%. “Falta tabaco e as empresas, para honrar seus contratos, podem pagar acima do valor mínimo da arroba de BO1, considerado o de melhor qualidade, hoje cotado a R$ 10,99 o quilo.”

Após três safras com oferta ajustada à demanda, Ogliari estima uma disputa muito acirrada pelo produto no campo nos próximos meses. “Aconselhado é alguém sempre ficar na propriedade para evitar roubos.” Alerta também para a atuação dos compradores intermediários e estelionatários.

A safra está estimada em 588 mil toneladas. Na safra 2014/15, a produção chegou a 697 mil toneladas.

Menos quantidade, mais qualidade

Embora o excesso de chuvas tenha afetado a produtividade e provocado quebra superior a 50% em algumas regiões, a qualidade das folhas está excelente. “Perdemos em peso, mas a cor das folhadas curadas ficou muito boa. Isso reflete em preço melhor na esteira”, resume o produtor Daniel Bortolini, de Doutor Ricardo.

Com ajuda dos pais, cultivou 25 mil pés de fumo de galpão e de forno. As vendas iniciarão apenas em maio. A prioridade é finalizar a colheita, pois o sol quente proporciona um falso amadurecimento e a queima das folhas.

A constatação é a mesma na propriedade da família Parisoto em Putinga. Os 25 mil pés cultivados já foram colhidos e estão em fase de cura no galpão. Segunda Lurdes, a quantidade colhida é menor devido às intempéries, mas essa perda será suprida pela qualidade e melhor preço. No ciclo passado, a média alcançada por arroba ficou em R$ 90. “Esperamos ganhar até R$ 120. Quando falta produto, a indústria costuma pagar mais”, referindo-se a colheitas passadas com cenário parecido.

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