Família contesta testemunha de homicídio

Lajeado

Família contesta testemunha de homicídio

PC deve finalizar inquérito sobre assassinato de Gastão Koelzer em dez dias

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A informação de que o aposentado Gastão Koelzer, 64, teria seguido assaltantes com um facão na mão é rechaçada pela família. “Ele não estava armado. O facão continua aqui em casa”, afirma o filho da vítima. O idoso foi morto na madrugada dessa quarta-feira, na esquina da rua 17 de Dezembro com a rua Bento Rosa, no bairro Hidráulica.

Dois homens invadiram o pátio da casa para furtar uma planta. No local, constata-se que há dois buracos de onde as palmeiras cica foram extraídas. A jardinagem era um dos hobbies preferidos de Koelzer. “No domingo, os ladrões já tinham retirado uma folhagem do pátio. Isso tinha deixado ele muito incomodado”, conta uma vizinha.

O crime causou comoção na cidade. “Foi uma brutalidade. Uma covardia. Justiça precisa ser feita”, desabafa uma amiga da vítima. Imagens de câmeras de vigilância de um estabelecimento comercial próximo foram entregues ontem à Polícia Civil.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Juliano Stobbe, as filmagens não são nítidas o suficiente para atestar se Koelzer perseguiu ou não os criminosos com o facão na mão. “Sem uma análise da perícia não dá para afirmar. Nos baseamos no relato de uma testemunha, que inclusive foi a base do pedido de prisão preventiva dos autores.”

De acordo com Stobbe, é possível perceber que o aposentado conversava com um dos homens. Quando ele começa a se afastar, é surpreendido pelo outro criminoso, que chega por trás e o agride com o que seria um galho. A vítima cai e sofre mais pancadas. Não há confirmação se foram golpes de facão ou até mesmo de uma pá. A investigação aguarda o resultado da necropsia.

Prisão dos agressores

A Brigada Militar prendeu os dois agressores minutos após o crime. Nestor Anselmo, 40, morador de Lajeado, e Rafael de Oliveira, 32, de Cruzeiro do Sul.

Os dois têm passagens pela polícia. Entre os crimes, estão furto simples em residências, lesão corporal e tentativa de homicídio.

Opinião

O assassinato de Gastão Koelzer suscita reflexões sobre a sociedade contemporânea. Mostra a banalização da vida. Ainda que o aposentado tenha se exposto para tentar recuperar os bens que lhe foram suprimidos, a violência empregada pelos agressores não se justifica. Foi desproporcional. O idoso, já no chão, foi agredido até a morte.

Vivemos uma época conturbada. As polícias alertam as pessoas para não reagirem. Enquanto isso, nas ruas, em casa ou no trabalho, a sociedade se sente insegura. Talvez pela recorrente justificativa da falta de efetivo para o policiamento ostensivo da BM, pela defasagem histórica de investigadores da PC, que obriga o comando a priorizar a apuração de crimes.

Argumentos que não diminuem a responsabilidade das autoridades. Estamos colhendo os frutos de anos de incompetência dos governantes. Se a segurança depende de todos, como podemos aceitar o avanço da criminalidade? Enquanto isso, a Secretaria de Segurança Pública do RS continua defendendo que as estatísticas da criminalidade estão dentro da normalidade. A sociedade deve reagir.

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