Ter animal de estimação em casa hoje é comum. Mesmo se for local pequeno, há raças adaptadas para se acostumarem à falta de espaço. No país, há mais cachorros de estimação que crianças. Dados do IBGE apontam 44,3% dos domicílios do país com pelo menos um cachorro, o equivalente a 52,2 milhões. Já crianças, são 44,9 milhões. Os dados se referem a 2013, com pesquisas divulgadas em junho deste ano.
O lar de Zoraia Lahude, em Estrela, ficou mais completo com a chegada da cadela Chiara. A pedidos da filha Giovanna, a família decidiu comprar o animal. “Antes, eu não permitia.” Zoraia nunca teve contato com cães dentro de casa. Os criados durante a infância ficavam somente no pátio. “Animal subir na cama ou sofá era ideia impensável.”
Ela decidiu se render aos pedidos da filha e experimentar. “Me apaixonei de primeira.” Chiara agora é o bebê da casa. O centro das atenções. A dona oficial é Giovanna, estudante em Porto Alegre e frequentadora da casa aos fins de semana. Por isso, Zoraia se considera avó do animal. A shitzu de 1 ano e 7 meses é dócil e raramente late.
Com o tempo, acostumou-se à rotina da família. Ela dorme no mesmo horário de Zoraia, em uma cama ao lado da “avó”. Quando é hora de despertar, ela está presente no café da manhã. Ao saírem, Chiara fica na companhia da “bisavó”, mãe de Zoraia. “Ela é mimada por todos.”
Quando Zoraia e o marido chegam em casa, a cachorra reconhece o barulho dos carros ainda na esquina. Ela está sempre pronta para recebê-los com o rabo abanando. “Quer colo, carinho e brincadeiras.” Até massagens está acostumada a receber. Zoraia nunca imaginou que um animal pudesse ser tão carinhoso, conta.
Quando os membros da família estão fora, durante o dia ou em viagens, Chiara espera retornarem para comer. “Parece que ela gosta de jantar em família.” Nas viagens de carro, vai no banco de trás com cinto de segurança em volta de si e dorme todo o caminho.
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Amor incondicional
Zoraia percebeu realmente amar seu animal de estimação em um acontecimento marcado na memória. Era fim de tarde quando resolveu comprar pães. Não queria deixar Chiara sozinha no carro, e por estar sem guia levou-a no colo até o estabelecimento.
No local, não havia placa sinalizando a proibição de animais de estimação. Mas ao entrar uma funcionária olhou para Zoraia e fez gesto como se enxotasse o animal. “Fiquei ofendida com o ocorrido, parecia que eu estava segurando um objeto.” Percebeu então o valor da cachorra em sua vida.
Chiara é acostumada a ficar dentro de casa. Por andar por camas e sofás, não fica muito no pátio, a não ser em dias de muito calor. Quinta é o dia marcado para se sujar à vontade. Todas as sextas-feiras, é levada ao pet-shop para o banho. No inverno, é vestida com roupas especiais. O lacinho na cabeça é acessório característico. Para o pelo não ficar com nós, é penteada todos os dias.
Segundo Zoraia, foi Chiara quem a escolheu como dona. Se está em casa, a cachorra segue todos seus movimentos. São dupla inseparável. Para ela, o amor é incondicional, pois é puro e sem interesse. “É uma companhia para mim. Posso contar sempre.”
Os profissionais do Recanto Animalia, em Lajeado, começaram a oferecer creche e hospedagem para cachorros de pequeno porte em 2012. O serviço tem sido um sucesso, conta Cristiani Bolzan, veterinária e dona do local. Com seis canis individuais, o espaço fica pequeno para a demanda de fim de ano.
Por isso, as reservas são feitas com antecedência. “Algumas pessoas programam suas férias depois de garantir a estadia do cão.” Para usufruir da creche, os horários são de 8h às 18h. Já na hospedagem, podem ficar a quantidade de dias necessária.
Os animais são levados ao pátio três vezes ao dia. De manhã e à tarde, os canis são limpos e Cristiani e o marido e dono do Recanto, Atahualpa Maicá, fazem companhia aos animais. Eles ainda têm quatro cães e um gato. Dóceis, brincam e divertem os visitantes mais assíduos.
A creche funciona todos os dias da semana e depende das vagas disponíveis. A dupla tem alguns clientes fixos. Os donos que deixam animais na creche e hospedagem geralmente fazem viagens rápidas ou não querem deixá-los sozinhos durante o dia, conta Cristiani.
Onde estiverem podem ver o que se passa no Recanto. Câmeras são espalhadas por todo o local. Os clientes podem baixar aplicativo no celu