Lajeado – A instabilidade do sinal de conexão utilizado pelos monitores externos para a cobrança do estacionamento rotativo, associada à consequente demora na prestação do serviço, motiva projeto da Stacione. Após testes nessa sexta-feira, a empresa decidiu construir uma rede privada de fibra óptica para a transmissão de dados no perímetro de toda a área azul. O novo modelo deve entrar em funcionamento dentro de dois meses.
De acordo com o diretor de tecnologia, Luciano Frizon, 41, desde o começo da concessão a empresa tenta encontrar uma maneira de agilizar a cobrança. Planos com operadoras telefônicas se mostraram ineficazes, diante de falhas e quedas no sistema de banda larga.
Em determinados períodos, exemplifica, o consumidor precisava aguardar mais de cinco minutos até a impressão do comprovante de pagamento. Houve dias em que toda a rede parou de funcionar durante horas, inviabilizando a cobrança e acarretando em prejuízos a Stacione. “Se tornou inviável. Decidimos investir em uma rede de alta velocidade, na qual ligaremos os tablets e smartphones, acabando com o problema.”
Como teste à proposta, a concessionária instalou uma antena de wi-fi na cobertura de um prédio na esquina das ruas Saldanha Marinho e Júlio de Castilho, no centro. O cabeamento de fibra óptica foi estendido ao longo da rua, até a sede da empresa. O sinal atingiu um raio de cem metros. Durante o período experimental, o tempo máximo da emissão chegou a dez segundos.
Serão necessários quase cinco quilômetros de fibra óptica na cidade para abarcar todas as vagas. Frizon prevê a colocação de 30 antenas. O investimento atinge R$ 200 mil. “Tal sistema permite inúmeras possibilidades, como internet. Quando a rede de conexão estiver em pleno funcionamento, vamos avaliar qualquer adaptação.”
Cobrança suspensa
Enquanto a Stacione planeja adaptações no sistema, problemas e reclamações dos usuários persistem. Das 1,5 mil vagas previstas no contrato com a administração municipal, mil são cobradas. A situação gera dúvidas de motoristas, como no entorno da Praça da Matriz, no centro.
No local, os monitores estão apenas na rua Borges de Medeiros. “Há mais de um mês eles pararam de cobrar nas outras vias. As pessoas deixam de estacionar aqui com medo de multas ou guincho, porque falta informação”, aponta o comerciante Roberto da Siqueira Lopes.
De acordo com o coordenador operacional da empresa, Álvio César Kerpen, a cobrança foi suspensa na praça há 20 dias devido à falta de monitores. “Antes de retomar o serviço, vamos comunicar as pessoas via imprensa. Ninguém precisa se preocupar antes disso”, garante.
Empresa prevê solução
A Stacione assumiu a concessão no fim de março. Desde então, ressalta Kerpen, há grande rotatividade no quadro de monitores. “Mais de 150 pessoas passaram por aqui nesse período. Apenas três permanecem desde o começo.” Hoje, 37 servidores estão de forma fixa na rua.
A direção da empresa espera amenizar os problemas a partir da instalação da rede de fibra óptica. Com maior agilidade na cobrança, deverá ser necessário menor quantidade de cobradores por quadra. As desistências do serviço também tendem a diminuir, avalia Frizon. “Cobrando mais rápido, haverá menos reclamações e os funcionários ficarão mais dispostos a trabalhar.”
Outra promessa da Stacione é quadruplicar o número de estabelecimentos cadastrados para vender créditos. Conforme Frizon, pretende-se ampliar de 96 para 400 pontos dentro dos próximos três meses.
